Do longo "fantasma" da descida ao "final feliz" do Estoril-Praia

por Lusa
Legenda da Imagem Tiago Petinga - Lusa

O Estoril-Praia fechou a I Liga de futebol no 10.º lugar, uma classificação bem mais positiva do que a época agitada que o clube viveu, expressa nos três treinadores e cujo 'final feliz' só chegou com Pedro Emanuel.

Os 38 pontos somados resultaram, em larga medida, do trabalho do derradeiro treinador da época estorilista, que averbou 18 (cinco vitórias, três empates e duas derrotas) nas últimas 10 rondas.

Pedro Emanuel somou quase tantos pontos quantos os que totalizaram em conjunto Fabiano Soares, que iniciou a época no Estádio António Coimbra da Mota, e Pedro Gómez Carmona, que orientou a equipa entre dezembro e março.

Vale a pena inverter a cronologia da temporada e começar pelo fim. Aos 42 anos, Pedro Emanuel deixou para trás uma experiência no futebol cipriota e decidiu regressar a Portugal, depois de passagens por Académica e Arouca.

A 08 de março, o técnico foi oficializado no Estoril e em pouco tempo recolocou o clube 'na linha' dos bons resultados.

Foi com o treinador português, que entretanto já renovou contrato por mais um ano, que despontaram também alguns jogadores interessantes no Estoril, nomeadamente os reforços de inverno Carlinhos e Allano.

Paralelamente, nomes mais cotados, como Kléber, Diogo Amado ou Mattheus ressurgiram da mediania e recuperaram crédito para voos mais altos.

Um presente cheio de otimismo para o futuro e que contrasta em absoluto com os solavancos do passado. Após ter ajudado a manter o clube na I Liga na anterior época, Fabiano Soares ganhou o direito a nova oportunidade. Porém, a irregularidade e, sobretudo, o futebol pouco convincente do conjunto viria a tramar o técnico hispano-brasileiro.

Numa jogada inesperada, o Estoril voltou-se para fora e apostou no desconhecido espanhol Pedro Gómez Carmona. Sem nenhuma experiência profissional no comando de equipas de primeira divisão e somente com um longo currículo académico, rapidamente os resultados traíram os projetos de Carmona, que passou sem deixar marcas além dos oito deslizes em 11 embates.

A instabilidade de duas 'chicotadas psicológicas' teve os seus efeitos no Estoril-Praia, que perdeu demasiado tempo na época a reencontrar-se com a sua melhor versão. O meritório 10.º lugar no final não é um espelho fiel da época, mas abre boas perspetivas para a temporada 2017/18.
pub