I Liga. Sporting favorito mas FC Porto e Benfica também querem ganhar

por Lusa
Está de volta o futebol de campeonato D.R.-liga portugal

O Sporting, campeão em título 19 anos volvidos, parte na frente para a edição 2021/22 da I Liga portuguesa de futebol, mas FC Porto e Benfica, que repartiram equitativamente os anteriores 10 cetros, querem recuperar a primazia.

Numa prova que se joga da próxima sexta-feira a 15 de maio de 2022, já com público, para já a 33%, os três "grandes", vencedores de 97,7% dos campeonatos (85 de 87), voltam a não ter quem lhes faça sombra, com o Sporting de Braga a prometer apenas o quarto lugar.

Por seu lado, o Vitória de Guimarães é o único que também se assume como candidato à Europa, enquanto Moreirense, Belenenses SAD e Boavista dispensam, nos discursos de antecipação, a luta pela "permanência", ao contrário dos restantes 10 participantes.

"Leões" iguais a si próprios

Em matéria de título, a questão será, à partida, a três, e, como campeão, o Sporting sai na frente, não só pelo estatuto, mas porque, para já, está, praticamente, intacto, desde logo com a permanência do mentor do feito, o treinador Rúben Amorim.

Contratado ao Sporting de Braga por "milionários" 10 milhões de euros, Amorim está a sair muito barato ao presidente leonino, Frederico Varandas, com uma primeira época completa para a história e uma segunda que já arrancou com um título, a Supertaça.

Os "leões" venceram em 2020/21 com uma única derrota, na Luz (3-4), já campeões, e do "onze" base - mais os principais substitutos - do sucesso, a única baixa significativa é a de João Mário, que rumou ao Benfica, via Inter de Milão.

De resto, voltam todos, com os veteranos João Pereira e Antunes bem substituídos por Ricardo Esgaio e Rúben Vinagre, sendo que - numa "lei" que vale para os "leões" e todos os outros - o mercado só fecha no fim de agosto e, até lá, muito pode mudar.

Para já, Rúben Amorim inicia o ataque à revalidação do título, objetivo que o Sporting não consegue há mais de 60 anos, desde 1953/54, quase com o mesmo "onze" e, já se viu, novamente fiel ao "3-4-3", que terá como referências Adán, Coates, Nuno Mendes, Palhinha e Pedro Gonçalves - Porro está lesionado.

"Dragões" sem alterações

Se o Sporting está quase inalterável, o FC Porto, que deverá oscilar entre o "4-3-3" e o "4-4-2", começa também quase igual, embora com uma baixa de peso, o avançado maliano Marega, referência no ataque nas últimas quatro épocas.

De resto, o treinador Sérgio Conceição, que vai para a quinta temporada consecutiva ao comando dos "dragões", tem todos os outros, de Marchesín a Taremi, passando pelo "eterno" Pepe, Sérgio Oliveira, Uribe, Corona e Luis Díaz.

As novidades também não são muitas, destacando-se o brasileiro Pepê, há muito contratado ao Grémio, e o central Fábio Cardoso, formado no Benfica, bem como o regresso do médio Bruno Costa.

"Águias" em tempo de mudança

Mais uma vez, e depois de uma dececionante época, no regresso à Luz de Jorge Jesus, o Benfica foi o que mais investiu no mercado, para contratar Yaremchuk (17 milhões de euros), mais João Mário, Meité e Gil Dias, com Vinícius de regresso, bem como os jovens Ferro, Florentino e Gedson.

Os encarnados, que só perderam jogadores pouco influentes, como Nuno Tavares, Pedrinho, Cervi e Jardel, voltam a ter um início de época marcado pelo ataque à "Champions", falhado em 2020/21, com repercussões no plantel -- Rúben Dias foi vendido.

A instabilidade diretiva - nomeadamente a saída forçada de Luís Filipe Vieira e a entrada de Rui Costa, com eleições inevitavelmente à porta - não será uma ajuda, mas, para já, Jorge Jesus, que parece querer apostar nos "4-4-2" e o "3-4-3", está, aparentemente, a ter os reforços que pretende.

Com as atuais armas - e mais uma ou outra, ou menos uma ou outro -, os três "grandes" serão sempre os candidatos, agora que o Sporting recuperou esse estatuto, numa época em que poderão coincidir todos na fase de grupos da "Champions".

Braga, Vitória e os outros

Atrás, a concorrência parece distante, muito distante, até porque o Sporting de Braga continua a fornecer os "grandes", nestas últimas épocas o Sporting, que lá foi resgatar Palhinha e Esgaio e contratar Paulinho e, claro, Rúben Amorim.

Carlos Carvalhal, que também se mantém ao leme dos bracarenses, numa época com poucas mudanças de treinadores, já disse que o objetivo é o quarto lugar, falando de um fracasso abaixo disso, mas que, acima, só se um dos "grandes" falhar.

Os "arsenalistas" também não mudaram muito o plantel, cedendo Esgaio, mas contratando vários jogadores que podem vir a ser importantes, como Paulo Oliveira, Lucas Mineiro e Mario González, e fazendo regressar outros, casos de Fábio Martins e Fabiano.

Abaixo do Sporting de Braga, só o Vitória de Guimarães se assume como candidato europeu, numa época em que o seu maior trunfo parece ser o treinador Pepa, que na época passada conduziu o Paços de Ferreira à Liga Conferência Europa.

O Moreirense, na estreia de João Henriques, e o Belenenses, na terceira época de Petit, querem a primeira metade, enquanto no Boavista, o ex-Famalicão João Pedro Sousa garante que não veio para o histórico clube "axadrezado" para lutar pela manutenção.

Pelo contrário, todos os outros a abordam, alguns, como Paços de Ferreira, Marítimo e Santa Clara, como ponto de partida para, depois, partirem para outros objetivos. Tondela e Gil Vicente querem "crescer" e Famalicão e Portimonense garanti-la depressa.

No regresso à I Liga, o Estoril Praia, campeão em título da II Liga, quer garantir a permanência com a sua filosofia de jogo, o Vizela promete lutar sempre pelos três pontos e o Arouca garante uma vontade de "surpreender, de fazer diferente".



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