O Sporting, campeão em título 19 anos volvidos, parte na frente para a edição 2021/22 da I Liga portuguesa de futebol, mas FC Porto e Benfica, que repartiram equitativamente os anteriores 10 cetros, querem recuperar a primazia.
Por seu lado, o Vitória de Guimarães é o único que também se assume como candidato à Europa, enquanto Moreirense, Belenenses SAD e Boavista dispensam, nos discursos de antecipação, a luta pela "permanência", ao contrário dos restantes 10 participantes.
"Leões" iguais a si próprios
Contratado ao Sporting de Braga por "milionários" 10 milhões de euros, Amorim está a sair muito barato ao presidente leonino, Frederico Varandas, com uma primeira época completa para a história e uma segunda que já arrancou com um título, a Supertaça.
Os "leões" venceram em 2020/21 com uma única derrota, na Luz (3-4), já campeões, e do "onze" base - mais os principais substitutos - do sucesso, a única baixa significativa é a de João Mário, que rumou ao Benfica, via Inter de Milão.
De resto, voltam todos, com os veteranos João Pereira e Antunes bem substituídos por Ricardo Esgaio e Rúben Vinagre, sendo que - numa "lei" que vale para os "leões" e todos os outros - o mercado só fecha no fim de agosto e, até lá, muito pode mudar.
Para já, Rúben Amorim inicia o ataque à revalidação do título, objetivo que o Sporting não consegue há mais de 60 anos, desde 1953/54, quase com o mesmo "onze" e, já se viu, novamente fiel ao "3-4-3", que terá como referências Adán, Coates, Nuno Mendes, Palhinha e Pedro Gonçalves - Porro está lesionado.
"Dragões" sem alterações
De resto, o treinador Sérgio Conceição, que vai para a quinta temporada consecutiva ao comando dos "dragões", tem todos os outros, de Marchesín a Taremi, passando pelo "eterno" Pepe, Sérgio Oliveira, Uribe, Corona e Luis Díaz.
As novidades também não são muitas, destacando-se o brasileiro Pepê, há muito contratado ao Grémio, e o central Fábio Cardoso, formado no Benfica, bem como o regresso do médio Bruno Costa.
"Águias" em tempo de mudança
Os encarnados, que só perderam jogadores pouco influentes, como Nuno Tavares, Pedrinho, Cervi e Jardel, voltam a ter um início de época marcado pelo ataque à "Champions", falhado em 2020/21, com repercussões no plantel -- Rúben Dias foi vendido.
A instabilidade diretiva - nomeadamente a saída forçada de Luís Filipe Vieira e a entrada de Rui Costa, com eleições inevitavelmente à porta - não será uma ajuda, mas, para já, Jorge Jesus, que parece querer apostar nos "4-4-2" e o "3-4-3", está, aparentemente, a ter os reforços que pretende.
Com as atuais armas - e mais uma ou outra, ou menos uma ou outro -, os três "grandes" serão sempre os candidatos, agora que o Sporting recuperou esse estatuto, numa época em que poderão coincidir todos na fase de grupos da "Champions".
Braga, Vitória e os outros
Carlos Carvalhal, que também se mantém ao leme dos bracarenses, numa época com poucas mudanças de treinadores, já disse que o objetivo é o quarto lugar, falando de um fracasso abaixo disso, mas que, acima, só se um dos "grandes" falhar.
Os "arsenalistas" também não mudaram muito o plantel, cedendo Esgaio, mas contratando vários jogadores que podem vir a ser importantes, como Paulo Oliveira, Lucas Mineiro e Mario González, e fazendo regressar outros, casos de Fábio Martins e Fabiano.
Abaixo do Sporting de Braga, só o Vitória de Guimarães se assume como candidato europeu, numa época em que o seu maior trunfo parece ser o treinador Pepa, que na época passada conduziu o Paços de Ferreira à Liga Conferência Europa.
O Moreirense, na estreia de João Henriques, e o Belenenses, na terceira época de Petit, querem a primeira metade, enquanto no Boavista, o ex-Famalicão João Pedro Sousa garante que não veio para o histórico clube "axadrezado" para lutar pela manutenção.
Pelo contrário, todos os outros a abordam, alguns, como Paços de Ferreira, Marítimo e Santa Clara, como ponto de partida para, depois, partirem para outros objetivos. Tondela e Gil Vicente querem "crescer" e Famalicão e Portimonense garanti-la depressa.
No regresso à I Liga, o Estoril Praia, campeão em título da II Liga, quer garantir a permanência com a sua filosofia de jogo, o Vizela promete lutar sempre pelos três pontos e o Arouca garante uma vontade de "surpreender, de fazer diferente".