Jesus rejeita responsabilidade na "crise" do Benfica e garante que não sai
O treinador Jorge Jesus recusou ser o responsável pela “crise” do futebol do Benfica e garantiu que vai continuar no clube lisboeta, apesar de não estar totalmente feliz devido às críticas de que tem sido alvo.
“Chega de me responsabilizarem. Ao presidente a mesma coisa, porque ele não treina. E os jogadores a mesma coisa, porque muitos deles, ao fim do 13.º dia, tive de os pôr a jogar. Não vou sair por pé nenhum, porque eu não me sinto responsável por esta crise. Nem eu, nem os meus jogadores, nem a estrutura”, vincou Jorge Jesus.
O técnico saiu também em defesa dos jogadores do Benfica, sublinhado que “a responsabilidade que têm” na crise de resultados “é zero”, uma vez que “não deram mais porque não puderam”, e insistiu na ideia de que não os treinou durante muito tempo devido ao surto do novo coronavírus que atingiu o grupo.
Jesus apelou mesmo “à nação benfiquista” para que “acarinhem os jogadores e a equipa”, uma vez que “não foram culpados destes resultados desportivos” e garantiu que a sua felicidade no clube só não é total devido às críticas que vêm do exterior.
“Claro que estou feliz. Só não estou totalmente porque vim para o Benfica para ser campeão, para poder trabalhar normalmente com os meus jogadores e fui impedido. Por alguém? Não! Por uma pandemia. Portanto, não me sinto feliz, pelo contrário. Todos os dias a levar com isto na televisão, nos jornais, posso sentir-me feliz? Ninguém vê a verdade?”, questionou o técnico, em tom visivelmente crispado.
Depois, despediu-se dos jornalistas com um “até à Grécia, para os que forem”, deixando a sala a fazer votos de que “possamos vir todos felizes”, pelo que já não ouviu o ‘capitão’ Pizzi a retribuir a defesa que fez ao grupo de trabalho.
“O Benfica é um clube enorme e, quando as coisas não correm bem, há a tendência de se criar fora do clube batalhas, lutas para ver quem é ou não o culpado, porque o grupo já não está com o treinador, isto e aquilo. Tudo mentira! Como um dos capitães de equipa, posso afirmar que desde o primeiro momento estamos todos juntos”, garantiu o autor do golo dos ‘encarnados’ na primeira mão dos 16 avos de final da Liga Europa, frente ao Arsenal (1-1).
O médio, por outro lado, admitiu que a equipa “podia e devia estar melhor no campeonato”, mas garantiu que todo o grupo de trabalho está “unido” e com vontade de “dar a volta à situação”.
“Isso que se tenta passar de que os jogadores estão divididos, [é] tudo mentira. Desde o primeiro momento que os jogadores, equipa técnica, ‘staff’ e todas as pessoas aqui envolvidas estão a lutar para conquistar muitos títulos, é isso que queremos”, finalizou.
Logo de seguida, a equipa do Benfica rumou ao aeroporto de Lisboa, para a viagem até Atenas, onde na quinta-feira, às 17:55, vai defrontar o Arsenal, na segunda mão dos 16 avos de final da Liga Europa.
Os ‘encarnados’ partem em ligeira ‘desvantagem’ para o jogo na casa emprestada dos ingleses, uma vez que na primeira mão, disputada em Roma, sofreram um golo (1-1) na condição de visitados, que pode fazer diferença nos critérios de desempate, caso a partida termine empatada sem golos.