Luisão integra quarteto de luxo no Benfica

por Mário Aleixo - RTP
Luisão um jogador do benfica que joga "à Benfica" Epa-Tiago Petinga

O futebolista está prestes a completar 500 jogos pelo Benfica.

O jogador brasileiro completa esta segunda feira 36 anos, 14 dos quais ao serviço do clube da Luz.

Luisão deverá completar a marca dos 500 jogos pelo Benfica na terça-feira, diante do Borussia Dortmund, para a primeira mão dos oitavos de final da Liga dos Campeões.

Uma caminhada de quase 14 anos confere a Luisão o estatuto de símbolo na equipa de futebol do Benfica, quando está prestes a completar 500 jogos (tem atualmente 499) pelo clube da águia, apenas atrás de nomes como Nené, Veloso e Coluna.

Anderson Luís de Sousa, mais conhecido como Luisão e muitas vezes designado de capitão, líder ou “girafa” - em alusão aos seus 1,92 metros -, prepara-se para ser o quarto futebolista, em 113 anos da história do clube, a ultrapassar a barreira do meio milhar de jogos.

Um feito só alcançado por Nené, o goleador que nunca sujava os calções (575 jogos, em 18 épocas), o lateral Veloso (538, em 15) e o capitão e bicampeão europeu Mário Coluna (525, em 16).

Muitos parceiros

Longe vão os tempos em que o jogador proveniente do Cruzeiro (Belo Horizonte) chegou à Luz, aos 22 anos, pela mão do então responsável pelo futebol Luís Filipe Vieira, como reforço para o treinador espanhol Jose Antonio Camacho.

Em 14 anos de Benfica, foram muitos os jogadores que fizeram dupla com o capitão dos encarnados, de Argel a Hélder, atual treinador da equipa B, passando por Ricardo Rocha, entre outros, que chegaram e partiram.

Defesas centrais como Alcides, Amoreirinha, Anderson, David Luiz, Edcarlos, Marc Zoro, Sidnei, Miguel Vítor, Roderick Miranda, Garay ou Steven Vitória fizeram companhia a Luisão, com fazem no presente Jardel, Lindelöf ou Lisandro López, com o croata Kalaica à espreita.

Amargo e doce

Uma longa caminhada que deu muitos momentos ao jogador: uns tristes, como a morte fulminante do companheiro Fehér em pleno relvado (2004), de paragem cardiorrespiratória, ou a de Eusébio (2014), e outros bons, nomeadamente o primeiro título de campeão (2005), com influência decisiva do jogador.

Foi um golo do central, na Luz, ao Sporting (1-0), que deixou o Benfica no caminho do título de campeão que lhe fugia desde 1993/94, num lance que simboliza a capacidade goleadora do defesa que tem 45 golos de águia ao peito.

As últimas sete épocas foram as de maior sucesso para Luisão, primeiro com o treinador Jorge Jesus (três títulos de campeão) e depois já com o atual técnico Rui Vitória, novamente campeão, num palmarés a que junta supertaças (2), Taças de Portugal (2) e Taças da Liga (7), além do título com o italiano Trapattoni, em 2005.

No caminho viveu também duas finais europeias, ambas na Liga Europa, perdidas para os ingleses do Chelsea, em 2012/13 (2-1), e os espanhóis do Sevilha, em 2013/14, num jogo decidido no desempate por grandes penalidades (0-0, 4-2).

Dois momentos negros

Nas últimas épocas, Luisão teve também alguns dos piores momentos: em 2012, um empurrão a um árbitro alemão, num jogo particular com o Fortuna Dusseldorf, valeu-lhe dois meses de suspensão e, em 2015, uma lesão afastou-o seis meses dos relvados.

Hoje, no dia em que completa 36 anos, o futuro, após os rumores de início de época de que poderia sair, está em cima da mesa, com a possibilidade de Luisão -- que termina contrato no final da atual época -- poder assinar por mais uma temporada e continuar a bater recordes ao serviço do Benfica.

O seu antigo treinador Álvaro Magalhães emitiu o desejo, na Antena 1, de ver o capitão renovar o contrato por mais uma época com o clube.


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