Fabrício é o grande goleador do Portimonense esta época Nuno Patrício - RTP

Fabrício. "O objetivo do Portimonense vai ser grande e vai lutar pela Liga Europa"

Aos 28 anos, Fabrício está a fazer a época de estreia na I Liga Portuguesa. É avançado do Portimonense e o melhor marcador da equipa algarvia. Leva 16 golos em 33 jogos e vê o Portimonense como uma equipa forte que lutou para se manter no primeiro escalão do futebol português. O jogador brasileiro garante se foca apenas no agora e em ajudar a equipa a melhorar os seus objetivos. Acredita que na próxima época o Portimonense pode lutar por um lugar que dê acesso à Liga Europa.

Instado a descrever a época do Portimonense no regresso ao campeonato, Fabrício colocou a equipa em primeiro lugar. “Foi muita luta, foi muito difícil. Há uns dois anos que [o Portimonense] era para ter subido e acho que descrevo como perseverança”. O avançado de uma das revelações da I Liga garante que o trabalho esteve na origem da subida e da boa época, que redundou na manutenção da equipa de Portimão.

O jogador de 28 anos não se mostra surpreendido pela qualidade de jogo do Portimonense. Fabrício lembrou que ainda na II Liga a equipa algarvia jogou com adversários do I escalão nas taças e que já havia demonstrado qualidade para jogar no campeonato português.


Sobre a diferença de jogar entre a II e a I Liga, o jogador do Portimonense disse acreditar que a diferença está na posse de bola.

“Eu acredito mais pela nossa equipa, que era uma equipa muito técnica, que na II Liga era pouco futebol, mais contacto, mais dividido e na I Liga pode-se jogar mais à bola e há mais espaço. E creio que isso ajudou muito a nossa equipa, que não é muito forte fisicamente mas tem qualidade. Na I Liga, para nós, é menos difícil”, declarou.

Em relação ao desfecho do campeonato, Fabrício acredita que o FC Porto é o justo campeão, pelos jogos que foi fazendo ao longo da época.

“Pelo campeonato que fizeram, conseguiram manter um nível muito alto até ao fim do campeonato e isso é para poucas equipas e creio que é justo porque vem demonstrando que são capazes e merecedores”.
A influência de Vítor Oliveira
Conhecido como o treinador que sobe equipas à I Liga, Vítor Oliveira fez o mesmo com o Portimonense, mas manteve-se no comando técnico na I Liga. Fabrício acredita que a boa época dos algarvios também se deve à manutenção do técnico português, de 64 anos.

“Ele já conhecia os jogadores e soube aproveitar, extrair o azeite de cada um deles e soube colocar-nos nas melhores condições para cada um, individualmente, jogar para o grupo e deu certo. Acho que isso foi um ponto forte da nossa equipa”.

Revelando que não acompanha muito futebol e que não conhecia o treinador português antes de ser orientado por ele Fabrício reservou elogios a Vítor Oliveira. O jogador do Portimonense afirmou que se trata de um bom treinador que sabe administrar o grupo.

“Sabe ser o líder e creio que isso ajudou muito o grupo, também. A liderança, a forma como ele interage com o grupo, brincando, a falar duro na hora em que tem de falar. Creio que ajudou muito a equipa a postura de líder dele”.
O goleador de Portimão
Com 16 golos esta temporada, Fabrício é a referência goleadora do Portimonense na I Liga, acompanhado de jogador como Shoya Nakajima ou Tabata. O avançado brasileiro dá mérito ao grupo pela boa época que tem protagonizado frente às balizas adversárias. No entanto, Vítor Oliveira também é elogiado pelo avançado.

“A iniciativa do mister [foi importante], ele escolheu colocar-me nessa posição e disse que o grupo estava a precisar dessa posição e dispus-me a fazê-lo pelo grupo. Graças a Deus deu certo, dediquei-me muito, esforcei-me ao máximo. Podia ser melhor mas correu tudo certo e espero poder continuar a ajudar até ao final”.

Fabrício não tem sido alheio a marcar a grandes equipas. O jogador brasileiro festejou na primeira volta ao Benfica, no Estádio da Luz, a Sporting de Braga e na jornada 32 ao Sporting CP.

O brasileiro diz ser um privilégio fazer bons jogos e marcar golos a equipas de topo portuguesas, que jogam nas competições europeias. “É muito bom marcar entre os melhores. Fiquei muito feliz, é lógico que tem um gostinho especial e espero continuar a fazer bons jogos para um dia estar lá também com eles”.

Questionado sobre se tinha uma meta para a época, o jogador do Portimonense revelou que não tem metas, é um atleta do grupo, sublinhando que esse tipo de objetivos pode mostrar a faceta egoísta de um jogador.
“Eu penso sempre em marcar o máximo possível. Em todos os jogos tento dar o meu melhor”.
A aventura no Japão
Já no Portimonense Fabrício teve uma passagem por empréstimo nos japoneses do Kashima Antlers. O jogador relembrou que venceu os primeiros títulos da carreira no país nipónico e que gostou da experiência.

“Foi uma experiência maravilhosa. Sempre tive o desejo de ganhar títulos e lá ganhei o primeiro, profissionalmente. Deus abençoou-me e foi onde na minha carreira ganhei dois títulos e um vice-campeonato mundial e fui muito feliz profissionalmente”.

Fabrício relembrou também que quando voltou a Portugal venceu o título de campeão da II Liga e determinou as diferenças o futebol português japonês.

“Lá há muito correria. Eles são muito rápidos e é ataque e defesa a todo o momento. Aqui tem mais uma aposta de bola, mais tática. Lá eles [os japoneses] são muito fortes, estão a correr o tempo todo. Não tem hora de descanso”.

Na sua estadia no Japão, Fabrício chegou a defrontar o Real Madrid no Campeonato Mundial de Clubes. O jogador relembrou a ocasião e disse ter sido especial ter estado em campo com tantos craques, já que não acredita alguma vez poder dividir o relvado com eles.

“Nunca passou pela minha cabeça que pudesse jogar contra o Cristiano Ronaldo, o Marcelo que eu sempre vi nos videojogos”.
O futuro de Fabrício e do Portimonense
Questionado sobre o futuro e se acredita que pode vir a jogar em palcos maiores, Fabrício mostrou confiança nas suas capacidades, mas garante que não pensa no futuro a longo prazo, dedicando-se ao dia de amanhã.

“Procuro dar o meu máximo no dia-a-dia. Creio que a gente colhe aquilo que a gente planta. Estou plantando trabalho e mais para frente poderei colher grandes frutos”.

O avançado do Portimonense revelou que já pensou em muitas possibilidades para o futuro e que já recebeu propostas para se mudar. No entanto, o jogador revelou que por vezes muito interesse se pode tornar confuso, por isso, prefere estar no focado no agora para não acabar distraído pelo que está para vir.

Fabrício falou também da influência religiosa na sua vida e na sua carreira e coloca metas altas para o Portimonense na próxima época. Acreditando que os algarvios podiam estar mais bem classificados esta temporada, o jogador afirmou que a equipa podia ter feito muito melhor.

“Acredito, ficando ou não, que o objetivo do Portimonense vai ser grande e que vai lutar por uma Liga Europa”.