Portugal e Espanha produziram 7,5 milhões de arrobas de cortiça este ano

por Lusa

A campanha de extração de cortiça em Portugal e Espanha gerou este ano uma produção de 7,5 milhões de arrobas, números "muito próximos" dos alcançados em 2023, divulgou a Associação Interprofissional da Fileira da Cortiça (Filcork).

Em comunicado enviado à agência Lusa, a Filcork indica que se estima uma produção na ordem de "4,5 milhões de arrobas" em Portugal e "3,0 milhões de arrobas" em Espanha, totalizando 7,5 milhões de arrobas (112.500 toneladas), "muito próximo" da quantidade da campanha de 2023.

Consultado pela Lusa, o documento da Filcork referente à campanha de 2023, indicava que existia uma estimativa de uma produção na ordem de "5,0 milhões de arrobas" em Portugal e "2,5 milhões de arrobas" em Espanha, totalizando também 7,5 milhões de arrobas.

Em relação aos dados deste ano, a associação também explica que, por "motivos de conjuntura de mercado", algumas cortiças viram a sua extração "adiada" para 2025.

No entanto, a associação refere que a campanha deste ano decorreu de "forma positiva", numa janela temporal "alargada e sem fenómenos que impactassem" o decurso normal da mesma.

De acordo com a Filcork, a quantidade de cortiça disponível na campanha de 2024 "permitiu assegurar" os níveis de `stocks` na indústria para uma normal atividade no próximo ano industrial.

"A campanha de 2024 registou uma redução do preço médio em redor de 15%, com uma redução da amplitude de preços entre as cortiças suportada na valorização das cortiças destinadas à trituração, devido à tendência de alteração de mix de consumo de rolhas nos mercados internacionais", lê-se no documento.

"Esta redução de preço segue-se ao aumento registado em 2023, voltando o preço médio a valores em linha com a curva de evolução do novénio, que apresenta um crescimento positivo", acrescentam.

A associação recorda que o custo de extração em 2024 "manteve" a tendência das últimas campanhas, impactado pela inflação e pelo aumento dos salários médios.

Nesta campanha, segundo a Filcork, a utilização da máquina de extração foi "consolidada como uma tecnologia" que, apesar da permanente necessidade de evolução, "será cada vez mais crucial" no futuro do setor.

"A campanha decorre e termina num contexto de negócio pautado por uma contração no consumo mundial de vinho e consequente retração em quantidade e valor das exportações portuguesas em 2023 e no 1.º semestre de 2024, derivado fundamentalmente da atual conjuntura internacional", alertam.

"É necessário um maior reconhecimento económico e social das funções ambientais do montado, e do papel relevante no combate à desertificação e na provisão de serviços de ecossistema, e do impacto positivo na adaptação às alterações climáticas. Nesse sentido, deve ser promovida a remuneração efetiva da produção florestal por todos os serviços prestados à sociedade", defendem.

Para a associação, "mais do que nunca", existe o "dever de reforçar" o papel da fileira da cortiça pelas suas características de sustentabilidade, como um exemplo de modelo económico circular, sendo também um setor "importante" para o posicionamento de Portugal no mundo e de "valor acrescentado e diferenciador" para o país.

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