Há cerca de seis meses, Paulo Fonseca estava ao comando do Braga frente ao Shakhtar, nos quartos-de-final da UEFA Europa League. Agora, após substituir Mircea Lucescu como técnico dos "mineiros", prepara o reencontro com o seu anterior clube.
O Treinador português diz como compara os dois clubes: "São clubes com objectivos e orçamentos muito diferentes. O Braga é o quarto emblema em Portugal e há um fosso em termos de investimento em comparação com os três grandes, pelo que o Braga não pode competir. O Shakhtar é um clube que joga para conquistar troféus. É essa a grande diferença"
O que o fez decidir-se pela mudança para o Shakhtar: "Queria trabalhar no estrangeiro, e este era o momento ideal, após conquistar a Taça de Portugal pelo Braga. Sou uma pessoa muito optimista e não tenho medo de correr riscos. Considerei o Shakhtar um grande desafio pelo que não pensei duas vezes antes de aceitar. O Mircea Lucescu esteve aqui 12 anos e teve muito sucesso, e quando há uma mudança é natural que as pessoas coloquem questões e tenham dúvidas. Os treinadores têm de lidar com isso. Temos de seguir em frente e fazer o nosso trabalho."
Sobre a adaptação ao clube Fonseca diz: "As pessoas aqui têm sido espantosas e receberam-me muito bem. É a primeira vez que trabalho no estrangeiro e a cultura é completamente diferente, com as suas ideias próprias sobre o futebol. A principal dificuldade é transmitir as nossas ideias, pois temos uma visão diferente. A minha filosofia é a de controlar e dominar o jogo. Precisamos de ter a bola. E isso aconteceu em todos os jogos. Somos uma equipa ofensiva, que está sempre no meio-campo adversário".
Paulo Fonseca fala ainda do seu «mentor»: "Há um treinador em Portugal com quem trabalhei e aprendi muito, que é Jorge Jesus. E há outros técnicos com os quais aprendi ao ver a forma como as suas equipas jogam: Josep Guardiola, e outros treinadores portugueses, como José Mourinho, Vítor Pereira, André Villas-Boas e Leonardo Jardím. Mas não sou uma réplica de ninguém – tenho as minhas próprias ideias."
O treinador português diz que quer chegar à final, mas nada promete: "Queremos ir até à final, mas sou realista e não prometo nada. A Europa League é como uma mini-Champions League – há tantas equipas fortes que é impossível fazer promessas, a única que faço é que vamos tentar ganhar todos os jogos. Gostaria bastante de chegar a uma final e acredito que tal irá suceder um dia. Não sei quando mas um dia estarei numa final."