A formação de jogadores de futebol em Portugal ainda está aquém do desejado, reclama Carlos Janela, em declarações à Antena 1.
O atual gestor de ativos desportivos revelou a sua convicção de que faltam técnicos e seriedade da maior parte dos clubes para encarar a formação a um nível mais elevado.
Para Carlos Janela apostar na formação é ter os melhores treinadores e isso ainda não acontece: “Temos os melhores treinadores do mundo na alta competição e na formação temos poucos”.
Mas também no conjunto dos clubes nacionais há falta de seriedade no setor da formação, salvo algumas exceções: “Há muitos clubes que ainda não levam a formação muito a sério e fazem-no para receber subsídios”.
Números revelados, recentemente, pelo Observatório do Futebol não deixam dúvidas. Portugal é o país onde mais se contrata jogadores e isto porque surge só no 30º lugar entre aqueles que mais formam.
O antigo diretor-desportivo do Sporting e Belenenses deixa uma reparo à Federação Portuguesa de Futebol ao afirmar: “A federação devia ter campanhas de sensibilização, um plano desportivo para o desenvolvimento e apostar na qualidade. Perdem-se talentos pela falta de qualidade do trabalho”.
O antigo diretor de futebol destaca outro vetor essencial que trava a correta formação: “Como somos um mercado pobre sem capacidade financeira para comprar em qualidade, temos de comprar em quantidade”.
Falta formar em quantidade elevada e Carlos Janela expressa o seu pensamento: “Para jogar ao mais alto nível é preciso qualidade mas, nesta altura, a quantidade para escolher não é alta”.
O gestor de ativos remata o seu raciocínio com exemplos da atual realidade portuguesa: “Antes do André Silva há quanto tempo o FC Porto não tinha um jogador formado que chegasse com tanto impacto à I Liga? Tirando o Gelson Martins há quantos anos o Sporting não tinha um jogador que se afirmasse com tanta qualidade? E quando aparece é rapidamente absorvido pelo estrangeiro”.