O antigo internacional holandês Ruud Gullit considerou hoje que os colegas de equipa de Moussa Marega deveriam ter feito mais para o proteger, abandonando o relvado juntamente com o maliano, alvo de insultos racistas em Guimarães.
A reação do internacional maliano foi dirigir-se em direção ao 'banco' portista para abandonar o campo, contrariando todas as tentativas de vários colegas, adversários e até do próprio treinador, Sérgio Conceição, para o demover dessa sua intenção.
"Eu culpo os outros jogadores. Deviam-no ter protegido e marcado posição, acompanhando-o na saída do relvado. Todos. Os adversários também. Não devia ser uma responsabilidade apenas do jogador afetado. É isso que mais me dececiona", disse Gullit à margem da cerimónia dos prémios Laureus do desporto, que decorre em Berlim.
Para Gullit, as provocações fazem parte do futebol, mas considera que abusos racistas "é algo diferente" e quando "se fazem sons de macaco ou se atiram bananas, isso é o limite".
Já o antigo treinador do Arsenal, Arsène Wenger, discorda de Gullit acerca da melhor solução para erradicar o racismo do futebol, considerando que os insultos racistas "podem tornar-se num instrumento para suspender jogos usado por parte de certos grupos de adeptos".
"Claro que somos contra o racismo por se tratar de uma forma de violência, mas penso que poderá tornar-se num instrumento fácil para parar os jogos. Temos de identificar quem faz isso, puni-los severamente e proibi-los de assistirem a jogos", acrescentou Wenger, também presente na cerimónia dos prémios Laureus do desporto.
Entretanto, a Federação maliana de futebol emitiu hoje um comunicado a condenar os atos racistas de Guimarães e transmitiu o seu "total apoio" a Moussa Marega.