O defesa João Meira trocou o Vitória de Setúbal pelo Cova da Piedade para “mudar mentalidades” e ajudar a colocar o clube da II Liga portuguesa de futebol “mais próximo do sucesso”, explicou o central.
Meira admitiu, no entanto, que encontrou no Cova da Piedade “jogadores que estavam um pouco desacreditados” pelas dificuldades sentidas pelo clube nas últimas épocas e apelou a uma mudança de mentalidade.
“É fácil falar de fora, quando não depende de nós, que o clube está sempre a lutar para não descer, mas eu conheço-me e sei que se der o meu contributo será diferente. Se formos todos com mentalidade vencedora, de certeza absoluta que vai correr bem e é isso que estou a tentar transmitir. Preferi o Cova da Piedade por isso”, disse à agência Lusa o experiente defesa, de 33 anos.
O lado sentimental, reconheceu, também teve importância na decisão, pela oportunidade de trabalhar a nível profissional com o técnico Toni Pereira, que em 2011 ajudou a subir o Atlético à II Liga, e para desfrutar mais dos filhos após quatro épocas no estrangeiro, ao serviço do Chicago Fire (Estados Unidos) Valerenga (Noruega) e Concordia Chiajna (Roménia).
Ser capitão de equipa
“Aconteceu devido às lesões do Edinho, do Robson e também do Miguel Rosa, que não pôde alinhar neste jogo. Depois da palestra, o ‘mister’ decidiu assim, por ter feito a minha formação no Cova da Piedade e por respeito pela minha pessoa. Agradeço, mas nunca quis passar por cima de algum colega”, sublinhou o defesa central.
Além disso, Meira vê no clube da margem sul do Tejo um “potencial enorme que não está a ser aproveitado da melhor maneira” e promete que, no que depender de si, fará “o possível para que tudo corra bem”.
Sobre a época, na qual o Cova da Piedade soma sete pontos ao fim de seis jornadas, Meira lembra que a equipa “só começou a treinar duas semanas antes do início” do campeonato, que ainda se encontra num “processo de tomadas de decisão” e que, "pelo histórico, nem é possível pensar em mais nada além da manutenção".
“O mais importante até ao final da época é pensar jogo a jogo. Não somos fantásticos agora porque ganhámos em Viseu, nem éramos assim tão maus na jornada anterior porque perdemos com o Arouca. Todos os jogos são possíveis de ganhar e isso é que importa. Se a equipa for muito solidária, amiga e batalhadora, tudo pode acontecer”, comentou o jogador que, em Portugal, representou ainda o Mafra, o Atlético, o Belenenses e o Vitória de Setúbal.
Presente e futuro do Vitória
“Não há muito a dizer. As pessoas que vierem têm de ter noção da realidade, do que é o futebol do Vitória de Setúbal e do que é estar nos grandes palcos, porque se quiser entrar novamente na I Liga tem de ser com uma equipa profissional dentro e fora do campo, que é o que tem faltado. Desejo as maiores felicidades e que tudo possa correr bem”, concluiu.