Jorge Jesus, atual treinador do Benfica, vai tornar-se no sábado o terceiro treinador a atingir aos 600 jogos como técnico na I Liga portuguesa de futebol, juntando-se aos malogrados Fernando Vaz e Manuel de Oliveira.
Em 20 de agosto de 1995, Jorge Jesus, então com 41 anos, comandou o Felgueiras na primeira ronda da edição 1995/96 da I Liga, somando um ponto na receção ao Desportivo de Chaves (2-2), num embate em que os golos dos anfitriões foram de Leal e Sérgio Conceição, atual treinador do FC Porto.
Foi o primeiro de, até agora, 599 encontros, nos quais somou 337 vitórias - a primeira das quais uma semana após a estreia, em 27 de agosto de 1995, com um 2-0, selado por Earl e Krstic, no reduto do Marítimo -, 134 empates e 128 derrotas, com 1.032 golos marcados e 537 sofridos.
Depois do Felgueiras, seguiu-se, na I Liga, Estrela da Amadora (duas épocas), Vitória de Setúbal (uma), Vitória de Guimarães (uma), Moreirense (uma), União de Leiria (uma), Belenenses (duas) e Sporting de Braga (uma).
Em 2009/10, chegou pela primeira vez a um grande, o Benfica, no qual sucedeu ao espanhol Quique Flores, e sagrou-se logo na primeira temporada campeão nacional, feito que repetiria no clube da Luz em 2013/14 e 2014/15.
Depois, e com muito polémica à mistura, rumou ao Sporting, onde esteve perto de somar o seu terceiro título consecutivo na primeira de três épocas em Alvalade, em 2015/16, sendo batido "in-extremis" pelo Benfica, de Rui Vitória.
O ataque à Academia de Alcochete, na parte final da época 2017/18, apressou o seu adeus ao clube leonino e fê-lo rumar ao estrangeiro, com passagens por Al-Hilal e Flamengo, antes do regresso aos encarnados, na temporada transata.
A cumprir a oitava época na Luz, é pelos encarnados que tem o maior número de jogos na I Liga, num total de 229, e também de vitórias (171), empates (35), derrotas (23), golos marcados (522) e golos sofridos (166).
Pelo Sporting, ultrapassou os 100 jogos (102), somando ainda 68 no Estrela da Amadora e 60 no Belenenses, as outras duas equipas em que esteve mais de uma temporada, sendo que no Felgueiras (34) e no Sporting de Braga (30) completou uma temporada.
O Vitória de Setúbal foi o único clube que assumiu no início de uma época, a de 2000/01, e não chegou ao fim, saindo após 19 jogos, enquanto União de Leiria (29 jogos, em 2005/06) e Moreirense (sete, em 2004/05) foram "comboios" que apanhou em andamento.
Na peugada de Fernando Vaz e Manuel Oliveira
Com 23 rondas para acabar a época 2021/22, Jesus pode ainda chegar ao segundo lugar (com 622 jogos), mas, pelo primeiro lugar, vai ter de esperar por 2022/23.
Fernando Vaz, que nasceu em 3 de agosto de 2018 e faleceu, com 68 anos, em 25 de agosto de 1986, orientou 11 equipas no principal campeonato luso, entre as quais o Sporting, pelo qual foi campeão em 1969/70, e o FC Porto.
De 1951/52 a 1978/79, comandou ainda Belenenses, Sporting de Braga, Caldas, CUF, Vitória de Setúbal, Académica, Atlético, Beira-Mar e Marítimo.
Por seu lado, Manuel de Oliveira, nascido em 29 de maio de 1932 e falecido em 20 de junho de 2017, aos 85 anos, nunca treinou um dos principais clubes nacionais, o que explica que não tenha no seu palmarés qualquer vitória no campeonato.
Ainda assim, e desde 1962/63, orientou na I Liga mais de uma dezena de clubes, nomeadamente CUF, Leixões, Belenenses, Sanjoanense, Barreirense, Farense, Olhanense, Beira-Mar, Marítimo, Portimonense, União de Leiria, Vitória de Setúbal, Fafe e Nacional, pelo qual fechou o ciclo, em 1990/91.
O encontro entre o Belenenses SAD e o Benfica, que será o 600.º de Jorge Jesus como treinador principal na I Liga, a contar para a ronda 12 da edição 2021/22, realiza-se no sábado, a partir das 20:30, no Estádio Nacional, em Oeiras, Lisboa.