Villas-Boas pede investigação à AG do FC Porto

por Lusa
Villas-Boas exige uma investigação ao que se passou na AG do Porto Manuel de Almeida - Lusa

O treinador de futebol e sócio do FC Porto André Villas-Boas pediu às autoridades uma investigação urgente aos "atos bárbaros" ocorridos na segunda-feira à noite na Assembleia Geral (AG) extraordinária do clube, marcada por agressões.

"Peço às autoridades, ao Ministério Público, ao Ministério da Administração Interna, ao IPDJ e ao secretário de Estado do Desporto que solicitem com urgência o acesso às imagens das câmaras de videovigilância do estádio e do Dragão Arena e procedam a uma investigação dos atos bárbaros que se passaram", disse André Villas-Boas, à margem da Web Summit, que decorre em Lisboa.

O técnico, potencial candidato à presidência do clube, considerou lamentáveis os acontecimentos, que acabaram por motivar o adiamento da AG, e classificou-os como "uma derrota interna dos órgãos sociais do FC Porto, que assistiriam impávidos e serenos a agressões e intimidações múltiplas de uma guarda pretoriana aos associados".

"As imagens que vimos de um miudo com 19 anos, ao qual provavelmente é retirado um direito de voto, em choro e envergonhado com o seu clube, são o reflexo de uma situação que estamos a viver: reféns de uma guarda pretoriana que persiste em intimidar alguns sócios que querem exercer o seu direito de ser livres", disse.

Villas-Boas considerou que a desorganização logística "foi evidente" e criticou José Lourenço Pinto, presidente da mesa da AG: "Cabia-lhe chamar as autoridades para estarem presentes no Dragão Arena, decidiu não o fazer, mas decidiu, finalmente, por termo à AG quando alguns sócios foram vítimas de agressão uma segunda vez".

André Villas-Boas apelou a uma "reflexão sobre a "organização, a logística e credenciação" da AG marcada para 20 de novembro, e pediu uma resposta do clube aos acontecimentos, que classificou como "uma derrota grande e profunda, uma ferida e uma mágoa, que estarão para sempre na memória dos sócios".

"Cabe o FC Porto responder com elevação, com sentido democrático, encontrar-se nos seus valores, na sua ética, no respeito pelos seus associados, e não permitir que uma assembleia, extraordinária ou não, decorra refém de uma guarda pretoriana que faz e desfaz da maneira que lhe apetece", referiu.

Na noite passada, a AG extraordinária do FC Porto foi suspensa, devendo os trabalhos serem retomados em 20 de novembro, no pavilhão Dragão Arena.

A AG extraordinária estava agendada para começar a partir das 21:00, num auditório do Estádio do Dragão, com capacidade para quase 400 pessoas, número largamente inferior à quantidade de sócios que se juntaram nas imediações, motivando a MAG a transferir os trabalhos para o Dragão Arena, que ultrapassa os 2.000 espetadores em dias de jogos.

A reunião magna reiniciou já depois das 22h30, mas várias pessoas abandonariam o local ao fim de pouco tempo, na sequência de altercações verificadas nas bancadas, conforme atestam vídeos divulgados nas redes sociais e relatos de sócios que conseguiram entrar.

 

 

 

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