De acordo com os resultados definitivos publicados este sábado, o presidente argelino Abdelmadjid Tebboune foi reeleito para um segundo mandato nas eleições realizadas há uma semana.
A contagem preliminar dos votos deu 95 por cento ao presidente mas foi contestada pelos adversários junto do Tribunal Constitucional da Argélia, acabando por ser revista em baixa.
Mesmo assim, a ANIE, a comissão eleitoral argelina, atribuiu a Tebboune 84,3 por cento da votação, com o segundo classificado a nem chegar aos 10 por cento dos votos.
A reeleição do presidente foi anunciada por Omar Belhadj, presidente do Tribunal Constitucional.
"Anunciamos que Abdelmadjid Tebboune foi eleito para um segundo mandato e irá assumir as suas responsabilidades quando tomar posse", referiu Belhadj numa breve alocução transmitida em direto pelo canal nacional de televisão e pelas rádios do país.
Mais de 24 milhões de argelinos estavam registados como eleitores para estas eleições presidenciais. Votaram 46,1 por cento, de acordo com Belhajd. A vitória do presidente, de 78 anos, era esperada pela maioria dos analistas, com o grande objetivo a ser o combate à abstenção.
Tebboune foi eleito presidente pela primeira vez em dezembro de 2019, com 58 por cento dos votos e uma abstenção recorde, superior a 60 por cento. O escrutínio realizou-se após eleições boicotadas em larga escala e num contexto de amplos protestos pró-democracia.
O movimento foi dominado pela força policial sob o novo presidente, com centenas de pessoas detidas.
ANIE sob chuva de críticas
Na sua campanha recente, o presidente destacou os sucessos económicos do seu primeiro mandato, incluindo mais empregos e subida de salários. A Argélia, uma antiga colónia francesa, é o maior exportador de gás natural do continente africano.
Apesar da economia da Argélia ter crescido a uma taxa anual de cerca de quatro por cento nos últimos dois anos, permanece sobretudo dependente da exploração de petróleo e de gás para financiar as suas políticas sociais.
Abdelaali Hassani, líder do partido islamita moderado Movimento Social para a Paz, rival de Tebboune à presidência, rejeitou os resultados preliminares como "fraude" e contestou-os.
Apesar da economia da Argélia ter crescido a uma taxa anual de cerca de quatro por cento nos últimos dois anos, permanece sobretudo dependente da exploração de petróleo e de gás para financiar as suas políticas sociais.
Abdelaali Hassani, líder do partido islamita moderado Movimento Social para a Paz, rival de Tebboune à presidência, rejeitou os resultados preliminares como "fraude" e contestou-os.
Seguiu-se-lhe o terceiro candidato. Youcef Aouchiche, presidente do partido de centro-esquerda Frente das Forças Socialistas, acusou a ANIE de "forjar" os resultados.
O funcionamento da comissão eleitoral foi aliás alvo de críticas pelas três candidaturas, logo no domingo, dia 8 de setembro.
Num comunicado conjunto, sem precedentes, os responsáveis das campanhas, incluindo a de Tebboune, apontaram "irregularidades" nos resultados. Afirmaram também que queriam que o público fosse informado da "ambiguidade e contradições quanto aos números da participação" eleitoral.
Os resultados finais deram a Hassani 9,56 por cento dos votos, acima dos 3,7 por cento inicialmente atribuídos, e 6,14 por cento a Aouchiche, que havia recolhido antes 2,16 por cento.
com agências