Comerciante raptado por homens armados no centro de Maputo

por Lusa

Um comerciante moçambicano foi raptado ao início da tarde de hoje no centro de Maputo por quatro homens, armados, confirmou à Lusa fonte da Polícia da República de Moçambique (PRM), o primeiro caso conhecido publicamente este ano.

De acordo com o porta-voz da PRM na cidade de Maputo, Leonel Muchina, o rapto deu-se cerca das 14:00, na Avenida Alberto Luthuli, com o comerciante, de 64 anos, abordado quando caminhava no passeio, a ser "arrastado" para uma viatura pelos raptores.

"Confirmamos o rapto. Um comerciante moçambicano de origem asiática foi intercetado por quatro indivíduos, em que pelo menos dois traziam armas de fogo (...) Não foram feitos disparos, as armas foram exibidas como forma de intimidação", acrescentou Muchina.

A PRM e o Serviço de Investigação Criminal (Sernic) estão a trabalhar neste caso com base nas imagens de videovigilância daquela zona, disse ainda Muchina.

O último caso anteriormente conhecido publicamente aconteceu em 25 de novembro passado, quando um empresário de origem paquistanesa, de 39 anos, foi raptado na cidade da Matola, província de Maputo, sul de Moçambique, segundo informação prestada à Lusa, na altura, pelo Sernic.

Em 22 de novembro, o Sernic anunciou a detenção de um homem suspeito de envolvimento no rapto de outros dois empresários em Maputo, um dos quais de nacionalidade portuguesa, resgatados no dia 13 do mesmo mês.

O homem, detido na cidade da Matola, arredores de Maputo, é suspeito de ter arrendado a residência usada como cativeiro dos empresários e que terá sido usada noutros casos de raptos ocorridos desde 2022.

Cerca de 150 empresários foram raptados em Moçambique nos últimos 12 anos e uma centena deixou o país por receio, segundo números divulgados em julho pela Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA), que defende que é tempo de o Governo dizer "basta".

A polícia moçambicana registou, até março de 2024, um total de 185 casos de raptos e pelo menos 288 pessoas foram detidas por suspeitas de envolvimento neste tipo de crime desde 2011, anunciou anteriormente o ministro do Interior, Pascoal Ronda.

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