Reportagem
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Coronavírus. Novo caso suspeito em Portugal é um italiano encaminhado para o Hospital de São João

por Carlos Santos Neves, Graça Andrade Ramos - RTP

Pessoal médico verifica uma TAC de teste à presença do coronavírus nCoV 2019 em Qingshan, distrito de Wuhan, província de Hubei, China Reuters

Um cidadão italiano vindo de Milão foi internado "por precaução" no Hospital de São João no Porto, anunciou a Direção Geral de Saúde. Este domingo ficou marcado pela explosão de novos casos e a comunicação de novos óbitos, na Coreia do Sul, na República islâmica do Irão e em Itália. As autoridades japonesas confirmaram a primeira infeção de um cidadão português pelo coronavírus. Adriano Maranhão, de 41 anos, está isolado na sua cabine a bordo do navio de cruzeiro Diamond Princess e queixa-se de não ter sido contactado por quaisquer autoridades. Vários países encerraram fronteiras como medida de contenção da epidemia e Israel surge como um possível novo foco de contágio. Em baixo, o resumo da evolução da propagação do coronavírus à escala internacional.

Mais atualizações

22H46 - Novo internamento é "precaução"

A Direção geral de Saúde esclareceu que o internamento de um novo caso suspeito de infeção por coronavírus este domingo foi "apenas por precaução".

A diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, sublinhou à agência Lusa que a DGS está a "atenta à situação".

"É apenas um caso suspeito, o seu internamento é apenas por precaução", referiu, sobre o 13º caso suspeito de infeção por coronavírus em Portugal, um homem proveniente de Milão.

"Estamos a acompanhar atentamente a situação em Itália, que está circunscrita a algumas zonas, não ao país inteiro. De qualquer maneira, de facto, internámos uma pessoa para investigação, apenas por precaução", adiantou Graça Freitas.

Este é o 13.º caso suspeito de infeção com nCoV 2019 detetado em Portugal. Todos os 12 casos anteriores foram negativos.

Reconhecendo que "muitas pessoas de Portugal estiveram em Itália nos últimos dias, nas últimas semanas, sobretudo nos últimos 14 dias, que são os dias que interessam,", a diretora-geral da Saúde fez questão de "deixar uma palavra de tranquilidade a estas pessoas, mas dizer-lhes também que estejam atentas".

"Se estão assintomáticas, (devem) estar atentas ao aparecimento eventual de sintomas, sobretudo se estiveram com doentes em Itália", disse Graça Freitas.

"Vamos publicar no nosso 'site' as áreas afetadas (em Itália) para as pessoas poderem saber quais são os focos onde a doença está presente", anunciou ainda.

A quem regressou recentemente de Itália, Graça Freitas aconselha "tomar aquelas precauções básicas de higiene das mãos, higiene respiratória, não tossir nem espirrar em direção a outras pessoas ou até mesmo falar, manter algum distanciamento social", mas também "não frequentar sítios fechados e com muita gente, a não socializar em termos de afetos. Muitos beijos e muitos abraços não serão o mais indicado nesta altura", disse.

"Pelo menos, nos próximos dias, até nós entendermos bem o que se está a passar em Itália, nomeadamente como é que este foco se instalou, como é que a doença poderá ter iniciado", sublinhou.

Insistindo para que "as pessoas se mantenham tranquilas", a diretora-geral da Saúde sublinha que quem eventualmente tenha sintomas - que incluem febre, dores no corpo e cansaço - deverá contactar a linha SNS24 através do número 808 24 24 24. 

21H45 - Áustria suspende comboios

Depois de garantir, durante a tarde, que nenhuma medida excepcional estava a ser estudada quanto a ligações com a Itália, as autoridades austríacas anunciaram a suspensão, em ambas as direções, das ligações ferroviárias com o país vizinho numa via através dos Alpes.

A informação foi avançada pelo tabloide OE24 na sua página de internet e confirmada por um porta-voz da transportadora OBB.

A suspensão de ligações ferroviárias aplica-se apenas à passagem do vale de Brenner, nos Alpes, uma travessia utilizada pela Itália, Alemanha e Áustria e frequentemente congestionada.

O ministro do Interior austríaco anunciou pouco antes que foi negada a entrada no país de um comboio vindo de Itália, devido a suspeitas quanto à presença a bordo de dois passageiros infetados com o coronovírus capaz de causar COVID-19.

A informação sobre os dois suspeitos foi prestada pelos serviços ferroviários italianos à OBB.

A composição, oriunda de Veneza com destino a Munique, na Alemanha, está parada na parte italiana do vale de Brenner, com 300 passageiros a bordo, na sua maioria alemãs e austríacos.

21h34 - Italiano encaminhado para Hospital de São João

Mais um caso suspeito de coronavírus em Portugal. Trata-se um cidadão italiano proveniente de Milão e que foi
encaminhado para o Hospital de São João, no Porto.

Este é o 13.º caso suspeito de infeção com o nCoV 2019 detetado em Portugal. Os 12 casos anteriores deram negativo para a presença do coronavírus.

A Direção Geral de Saúde refere em comunicado que o doente suspeito de estar infetado com o vírus que causa COVID-19 foi sujeito a avaliação clínica e epidemiológica e encontra-se agora internado naquele hospital universitário no Porto, onde serão realizadas colheitas de amostras biológicas para análise pelo Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA).

As autoridades japonesas confirmaram hoje que um tripulante português do navio Diamond Princess, atracado em Yokohama, está infetado com o novo coronavírus, informou fonte do Ministério dos Negócios Estrangeiros.

Desde que foi detetado no final do ano passado, na China, o coronavírus nCoV-2019 já provocou 2.467 mortos e infetou mais de 78 mil pessoas a nível mundial.

A maioria dos casos ocorreu na China, em particular na província de Hubei, no centro do país, a mais afetada pela epidemia.

Além de 2.442 mortos na China continental, morreram oito pessoas no Irão, quatro no Japão, duas na região chinesa de Hong Kong, seis na Coreia do Sul, três em Itália, uma nas Filipinas, uma em França, uma nos Estados Unidos e uma em Taiwan.

As autoridades chinesas isolaram várias cidades da província de Hubei para tentar controlar a epidemia, medida que abrange cerca de 60 milhões de pessoas.

O segundo país mais afetado é o Japão, com 769 casos (quatro dos quais mortais), incluindo pelo menos 364 no navio de cruzeiro Diamond Princess.

Segue-se a Coreia do Sul, com 602 casos confirmados, seis dos quais mortais.

Itália surge em quarto lugar dos países e territórios com mais casos, registando 157 casos de infeção por nCoV-2019, três deles mortais.

21h05 - Contactar empresa de Adriano

Emmanuelle, casada com Adriano Maranhão, pediu em entrevista no Telejornal da RTP, para ser contactada pelos responsáveis da empresa que contratou o marido para trabalhar no Diamond Princess, de forma a facilitar contactos e apoio a Adriano no Japão.

Desde o Presidente da República e aministros e autarcas, foram vários os responsáveis políticos portugueses que contactaram Emmanuelle, para explicar a situação e dar conta do que está a ser feito em apoio ao português retido em Yokohama.


21h00 - Português sem acompanhamento médico

Adriano Maranhão garantiu no Telejornal, que se mantém sem sintomas, apenas "muito cansado", e que ainda não foi contactado por ninguém, incluindo da parte da embaixada portuguesa.

O português, o primeiro caso infetado com o nCoV-2019, e um dos únidos cidadãos lusos a bordo do navio de cruzeiros Diamond Princess, está isolado na sua cabine, sem receber quaisquer cuidados médicos.



20h30 - Autocarros desinfetados

Os transportes públicos e locais públicos em Teerão passaram a ser alvo de medidas de higienização diárias, anunciou hoje o presidente da câmara da capital iraniana, na sequência do aumento do número de vítimas mortais para oito.

Citado pela agência oficial IRNA, Pirouz Hanachi disse que as medidas extraordinárias são conduzidas durante a noite e incidem em grandes praças, terminais de autocarros e estações de comboio para combater a potencial disseminação do novo coronavírus.

Em declarações à imprensa antes da realização de mais uma reunião do gabinete de crise criado para gerir o surto de nCoV-2019, Pirouz Hanachi salientou que a campanha sanitária será realizada até que a ameaça do novo coronavírus desapareça.

O dirigente acrescentou que Morteza Rahmanzadeh, responsável do Distrito 13 de Teerão, já efetuou quatro exames de despistagem do coronavírus, três dos quais deram positivo, mas que está a reagir bem.

O número de mortos provocados por Covid-19 no Irão aumentou hoje de cinco para oito, e o total de casos confirmados passou de 28 para 43, segundo anunciou igualmente hoje o porta-voz do Ministério da Saúde, Kianoush Jahanpour.

19h15 - Vírus alastra no mundo

Itália colocou este fim-de-semana de quarentena 11 localidades no norte do país, para tentar conter o surto mais grave de coronavírus nCoV-2019 em solo europeu. A medida afeta mais de 50 mil pessoas e tem estado a forçar a polícia a reforçar patrulhas de estrada.

A quarentena em Itália foi decretada praticamente um mês depois do isolamento, a 23 de janeiro, de uma primeira cidade, Whuan, na China, epicentro da epidemia.

Os portugueses em Itália afirmam que a tensão é grande e que os italianos estão preocupados.
Desde os primeiros relatos do coronavírus, em finais de dezembro, a COVID-19 provocou a morte a mais de 2.400 pessoas. Destas, apenas 24, até agora, se registaram fora da China continental.

Pequim tem registado uma dominuição na epidemia dentro das suas fronteiras, com uma diminuição de novos casos fora da privincía de Hubei, onde o vírus surgiu.

A epidemia começou esta semana a dar sinais de ter escapado ao controlo das autoridades sanitárias mundiais, apesar das medidas de contenção adotadas pela China.

Na Europa, Itália registou este domingo a terceira vítima mortal, ao mesmo tempo que o surto passava de três infetados sexta-feira, para mais de 150 domingo.
A Coreia do Sul é outro potencial foco de contágio, tendo registado 602 infetados e mais duas mortes, desde sexta-feira. As autoridades colocaram o país sob alerta vermelho para tentar conter a epidemia.

Tanto no caso italiano como sul-coreano, as autoridades tentam encontrar o primeiro foco da infeção, que se mantém difícil de identificar. A ocorrência destes surtos, sem uma aparente ligação direta à China ou a casos identificados de contaminação com o vírus, preocupa a Organização Mundial de Saúde.

A principal preocupação da OMS é evitar que o coronavírus alastre às economias mais pobres, com sistemas de saúde mais frágeis, nomeadamente em África.

Até domingo, o Irão era o único país do Médrio Oriente a registar mortos, oito desde quarta-feira, entre 43 casos confirmados. O centro do surto iraniano parece ser a cidade sagrada de Qom, que acolhe diariamente centenas de peregrinos.

Vários países da região encerraram as fronteiras com a República Islâmica do Irão, para tentar conter o vírus.

Fora da China, estavam reportadas até domingo mais de 1.500 pessoas infetadas, incluindo 11 nos Emirados Árabes Unidos, uma em Israel, uma no Líbano e outra no Egito.

Portugal registou até agora um único cidadão infetado. O português Adriano Maranhão, natural da Nazaré, tem 41 anos e está isolado no navio de cruzeiro Diamond Princess, atracado em Yokohama, no Japão.

O caso do Diamond Princess era até há poucos dias o principal foco de contágio fora da China continental. Centenas de passageiros  de várias nacionalidades foram repatriados pelos seus países de origem nos últimos sete dias, tendo sido colocados de quarentena.

O Reino Unido reportou este domingo mais quatro casos portadores do coronavírus, precisamente entre os 30 passageiros do navio de cruzeiros, assintomáticos quando repatriados.

19h10 - Israel, novo foco de propagação?

Israel formou uma equipa de emergência de resposta ao nCoV-2019, depois de 18 peregrinos sul-coreanos assintomáticos terem registado positivo para o coronavírus no seu regresso à Coreia do Sul.

Israel encerrou ainda, sábado, as ligações aéreas com a Coreia do Sul, retendo nos aeroportos cerca de 180 turistas sul-coreanos durante algumas horas.

Pelo menos 47 destes terão embarcado em voos indiretos para regressar ao seu país, antes de, este domingo, as autoridades israelitas autorizarem a saída dos restantes, embora não seja claro de que forma o poderão fazer.

Os turistas sul-coreanos estiveram nas últimas semanas em alguns dos locais de peregrinação mais populares de Israel, o que levanta receios de um surto local e da eventual propagação do coronavírus a peregrinos de outras nacionalidades, que tenham entretanto regressado aos seus países.

O Ministério da Saúde israelita colocou este domingo de quarentena 180 alunos e os seus professores, devido ao possível contacto com os turistas sul-coreanos em visitas de estudo.

Pede ainda aos seus cidadãos que tenham estado em contacto com estes peregrinos, para se manterem emcasa e contactarem as autoridades sanitárias.

18h40 - França sem novos casos

O ministro francês para a Saúde, afirmou este domingo que o país não registou novos casos de infeção do nCoV-2019 e que a situação em França está "estável".

O ministro francês acrescentou que se mantém atento à situação italiana, que regista o surto mais grave em solo europeu, com três mortes e mais de 150 infetados deste sexta-feira, e onde mais de 50 mil pessoas estão isoladas em 11 localidades colocadas sob quarentena.

18h34 - Bancos Centrais estudam opções

O secretário do Tesouro norte-americano, Steven Mnuchin, afirmou em Riade que os responsáveis pelos bancos centrais de todo o mundo irão estudar opções de resposta à epidemia do novo coronavírus, à medida das necessidades.

Após a reunião que reuniu na Arábia Saudita, os responsáveis máximos das Finanças mundiais e das 20 maiores economias, Mnuchin disse que é demasiado cedo para especular sobre o impacto a longro-prazo do surto, e que mais se irá saber nas próximas três a quatro semanas.

"Não vou obviamente comentar sobre política monetária, mas obviamente os bancos centrais irão estudar várias opções diferentes à medida do impacto que isto tiver na economia", disse Mnuchin aos reporteres presentes em Riade.

17h23 - Médio Oriente adota medidas de contenção

Vários países do Médio Oriente, que não têm fronteira terrestre com o Irão, anunciaram medidas para evitar o contágio com o nCoV-2019.

A Jordânia proibiu a entrada no país a qualquer cidadão não-jordano proveniente da China, do Irão ou da Coreia do Sul, os três países com mais casos mortais provocados pelo novo vírus.

Segundo um comunicado oficial, como "medida de precaução", os jordanos que cheguem ao país provenientes de um destes países "serão colocados de quarentena durante duas semanas", equivalente aos 14 dias definidos pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como o período de incubação do coronavírus.

O Kuwait suspendeu a entrada nos seus portos de navios provenientes do Irão, dois dias depois de ter ordenado a suspensão de todos os voos da companhia aérea estatal Kuwait Airlines para o Irão.

A Arábia Saudita proibiu, na sexta-feira, as viagens de sauditas ao Irão e a entrada de não-sauditas provenientes do país.

O Bahrain proibiu a entrada no país a não-nacionais que nos últimos 14 dias tenham estado no Irão, Singapura, Malásia ou Coreia do Sul e determinou que os seus cidadãos nessas condições fiquem de quarentena durante o mesmo período.

17h20 - Irão isolado

Além da Arménia, a Turquia, o Paquistão, o Afeganistão, o Iraque e o Kuwait anunciaram o fecho de fronteiras com o Irão ou a proibição de entrada de pessoas provenientes do país, onde o novo coronavírus já infetou 43 pessoas e provocou oito mortes.

Outros países da região anunciaram medidas de precaução para evitar a propagação do vírus, depois de o Irão se ter tornado, na quarta-feira, o primeiro país do Médio Oriente com casos de morte por infeção pelo Covid-19 e, hoje, o que mais mortes regista depois da China.

Depois do Iraque, que na quinta-feira proibiu a entrada de iranianos no país e viagens de iraquianos ao Irão, assim como a suspensão dos voos de e para aquele país, a Turquia anunciou hoje o "encerramento temporário" da fronteira terrestre com a República Islâmica e a suspensão das ligações aéreas.

A Turquia decidiu ainda encerrar as estradas e caminhos de ferro que atravessam a fronteira, a partir de hoje às 17h00 locais (14h00 em Lisboa), e suspender unilateralmente o tráfego aéreo, a partir das 20h00 locais (17h00 em Lisboa), o que "significa que as partidas do Irão para a Turquia param, mas as partidas para o Irão continuam".

O Paquistão anunciou o encerramento da fronteira com o Irão "devido a informações sobre casos de coronavírus no país" e o Afeganistão anunciou "a interdição temporária de qualquer viagem de ou para o Irão", por via aérea ou terrestre. 

17h15 - Mais casos esperados na UE

O Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças (ECDC, na sigla em inglês) classificou hoje de "essenciais" as medidas extraordinárias tomadas pelas autoridades italianas para conter o surto do novo coronavírus no norte do país.

Em comunicado, a organização sediada em Estocolmo alertou para a expectativa de aumento do número de casos confirmados em Itália e noutros países europeus, nos próximos dias.

"Como a situação está a evoluir rapidamente, são esperados mais casos em Itália e possivelmente na União Europeia nos próximos dias", escreve o Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças, no comunicado hoje divulgado.

As "medidas extraordinárias no norte da Itália são essenciais para limitar o surto e podem precisar de ser replicadas noutras comunidades nos próximos dias", acrescentaram especialistas do ECDC.

O organismo refere ainda que está a acompanhar de perto a situação e que se mantém em contacto próximo com as autoridades italianas de saúde, para "fornecer toda a assistência necessária nesta fase, e apoiar os seus esforços para limitar a transmissão local".

16h55 - Israel coloca 200 alunos de quarentena

Quase 200 estudantes israelitas foram notificados  pelo Ministério da Educação para não sair de casa durante 14 dias a partir deste domingo, depois de terem estado em contacto com turistas sul-coreanos infetados com o novo coronavírus.

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, anunciou entretanto a formação de uma equipa ministerial "para gerir o dia a dia desta grave ameaça", depois de uma reunião de emergência da qual participaram altos responsáveis da Segurança e da Saúde.

Os cerca de 180 alunos notificados provêem de várias escolas do país e poderão ter sido contagiados durante visitas escolares, por peregrinos cristãos provenientes da Coeria do Sul.

Dezoito destes turistas testaram positivo para o nCoV-2019 no regresso ao país de origem, revelou domingo o Ministério da Educação israelita, acrescentando que a medida de contenção se aplica igualmente a 18 professores e a um guarda.

O Ministério de Saúde de Israel publicou sábado, na sua página oficial, detalhes sobre as peregrinações dos turistas sul-coreanos, apelando aos israelitas que tenham tido contacto com eles, que se mantenham de quarentena nas suas residências e contactem os serviços de saúde.

16h40 - Marcelo recomenda prudência

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, afastou hoje a possibilidade de fazer regressar ao país o português infetado com o novo coronavirus, e defendeu que as autoridades devem continuar a pressionar para encontrar uma solução.

"Aparentemente o que se diz é que primeiro é preciso ter a noção exata da situação e tem de ser no Japão. Trazê-lo para Portugal podia ser uma temeridade para ele. Não vale a pena correr esse risco", disse o Chefe de Estado, à margem de uma visita aos caretos de Podence, em Trás-os-Montes.

Para o Presidente da República, as autoridades portuguesas têm de "pressionar como têm feito permanentemente com diligências que permitam não apenas ir conhecendo melhor a situação como, se possível, tratar de uma eventual transferência para uma unidade hospitalar".

Marcelo Rebelo de Sousa defendeu que a transferência para um hospital "seria naturalmente preferível porque é lá que se podem fazer análises, que noutros sítios é mais difícil".

O Presidente disse que falou com a mulher do português doente no navio cruzeiro, e que ela compreendia "a situação em que não faz sentido nenhum trazer o marido para Portugal".

16h38 - Terceira morte em Itália

As autoridades italianas confirmaram a terceira morte no país devido a COVID-19. Trata-se de uma mulher, de idade avançada e com cancro, que estava internada "em estado grave" há alguns dias na unidade de oncologia de um hospital de Cremona, na Lombardia, região do norte de Itália que regista 89 casos desta pneumonia viral.

A informação foi avançada em conferência de imprensa, pelo conselheiro regional lombardo para a saúde, Giulio Gallera.

As duas primeiras vítimas do Covid-19 em Itália foram dois idosos e registaram-se um na região de Veneto e outro na da Lombardia.

Os casos em Itália estão para já circunscritos a quatro regiões do norte do país: Lombardia, Veneto, Emilia Romanha, Piemonte e Lácio. Onze localidades foram colocadas sob quarentena, abrangendo mais de 50 mil pessoas.

A polícia italiana de patrulha à entrada da vila de Casalpusterlengo, a sudeste de Milão, dia 23 fevereiro 2020

O surto já afeta mais de 150 pessoas infetadas, numa rapidez de progressão em apenas três dias que apanhou de surpresa o Governo de Guiseppe Conte.

16h35 - Mais quatro casos no Reino Unido

O Reino Unido anunciou quatro novos casos de infeção por nCoV-2019, todos passageiros do Diamond Princess, o navio de cruzeiros estacionado de quarentena no porto japonês de Yokohama, onde também foi diagnosticado o primeiro caso de um cidadão português.

"Quatro novos pacientes em Inglaterra testaram positivo para o coronavírus, elevando para 13 o número total de casos no Reino Unido", referiu em comunicado o principal responsável médico de Inglaterra.

"O vírus foi contraído a bordo do navio de cruzeiros Diamond Princess e os pacientes estão a ser transferidos para centros de infeção especializados do Serviço Nacional de Saúde", acrescentou.

Os 30 britânicos e dois irlandeses, que chegaram no sábado a Londres, foram infetados a bordo do Diamond Princess, segundo o Chief Medical Officer, o epidemiologista Chris Whitty, embora não tenham apresentado sintomas à entrada para o voo que os transportou do Japão.

16h28 - Arménia fecha fronteiras com Irão

A Arménia ordenou o encerramento das suas fronteiras com a República Islâmica do Irão durante, pelo menos, as próximas duas semanas, e vai suspender as ligações aéreas com o país vizinho, depois deste reportar um aumento de casos de coronavírus.

Teerão confirmou 43 infetados e oito mortos desde quarta-feira, principalmente na cidade sagrada xiita de Qom.

16h25 - Áustria reúne segunda-feira

Um porta-voz do aeroporto de Viena assumiu que não foram tomadas quaisquer medidas até agora quanto a passageiros provenientes de Itália.

O ministro do Interior, Karl Nehammer, anunciou este domingo que a equipa ministerial de resposta ao coronavírus se vai reunir segunda-feira com especialistas, para avaliar a evolução da epidemia no país vizinho.

Sábado, o Ministério austríaco da Saúde considerou "não haver motivos para pânico" por enquanto.

"Até agora fizemos na Áustria 181 testes de despiste de casos suspeitos, que se revelaram negativos. Estamos em contacto permanente com todos os países da União Europeia e temos capacidade para tomar medidas imediatas em caso de suspeita de uma ligação à Áustria", garantiu em comunicado.

16h18 - Suíça inquieta

"Não tomámos medidas suplementares", como restrições fronteiriça, mas "evidentemente, estamos muito atentos ao que se passa em Itália", afirmou este domingo um porta-voz do Gabinete Federal de Saúde Pública suíço (OFSP).

A inquietação entre a população do cantão de Tessin, vizinho de Itália, agravou-se, uma vez que recebe diariamente cerca de 68 mil cidadãos italianos, que ali trabalham.

A agência suíça de noticias Keystone-ATS refere este domingo que várias personalidades do mundo político local estão a exigir medidas de proteção da população, nomeadamente um deputado eleito pela UDC (direita populista) que quer controlos de temperatura nas fronteiras.

16h10 - Ligações franco-italianas inalteradas

Um porta-voz da Air France garantiu à Agência France Presse, que a companhia aérea "assegura normalmente o conjunto dos seus voos para e provenientes de Itália". Também nos aeroportos franceses o dispositivo já instalado não sofreu alterações.

"Não há medidas particulares, mantemos o dispositivo já existente", explicou a prefeitura dos aeroportos franceses.

Em Paris, o aeroporto Roissy-Charles de Gaulle, são distribuídos papéis de informação para os passageiros provenientes de Itália e disponibilizam-se equipas médicas no local, para informar, sossegar e tirar a temperatura a quem o solicite. Orly não assumiu qualquer medida específica, uma vez que não tem ligações diretas com Itália.

Os serviços ferroviários franceses também não aplicaram ainda qualquer dispositivo específico para as ligações com a Itália, e têm estado apenas a difundir apelos nas gares das estações, para os passageiros contactarem um número de urgência caso se sintam doentes.

Vinda de Milão para assistir ao Carnaval de Nice, Beatrice, de 30 anos, garantiu à Agência France Presse não ter sido submetida a quaisquer controlos, durante a viagem.

15h058- França equipa (mais) laboratórios

A Itália está a enfrentar o surto mais grave de nCoV-2019 em solo europeu e os seus países vizinhos - França, Suíça e Áustria - estão vigilantes.

O ministro francês da Saúde, Olivier Véran, admitiu em entrevista ao Paris Dimanche, que as autoridades sanitárias francesas estão a preparar-se para uma possível "epidemia". A possibilidade de novos casos em França é "muito provável", admitiu o responsável.

A França foi o primeiro país europeu a registar uma morte devido a COVID-19, antes de Itália.

Entre os preparativos, inclui-se o aumento do número de "laboratórios equipados com testes de diagnóstico, para alcançar a capacidade de vários milhares de análises por dia e em todo o país, contra as atuais 400", explicou Véran.

15h55 - UE. "Não há necessidade de pânico"

A União Europeia "não vê necessidade de pânico" quanto ao surto de coronavírus em Itália, que já fez dois mortos e infetou mais de 130 pessoas no país, e obrigou 11 localidades do norte a ficarem sob quarentena.

"A União Europeia tem confiança plena nas autoridades italianas e nas decisões que estão a tomar", afirmou o Comissário para as Atividades Economicas, este domingo.

Paolo Gentiloni, que participa na reunião do G20 na Arábia Saudita, acrescentou que, "partilhamos a preocupação de um possível contágio, mas não há necessidade de pânico".

15h40 - FMI. Coronavírus é risco para a economia

A diretora-geral do FMI considerou a epidemia do nCoV-2019 um risco para a recuperação da economia mundial. Kristalina Giorgieva admite que a economia chinesa possa regressar à normalidade no segundo trimestre do ano, mas o impacto da epidemia deverá demorar a desaparecer.

"Acima de tudo, o vírus nCoV-2019 é uma tragédia humana, mas também tem impacto económico negativo. Relatei ao G20 que, mesmo no caso de rápida contenção do vírus, o crescimento na China e no resto do mundo seria afetado. Obviamente que todos esperamos uma recuperação rápida, mas, dada a incerteza, seria prudente prepararmo-nos para cenários mais adversos", disse a diretora-geral do FMI.

Na declaração final da reunião dos ministros das Finanças e de governadores de bancos centrais do G20, que decorreu no sábado e hoje em Riade, na Arábia Saudita, Kristalina Georgieva sublinhou que o surto do novo coronavírus interrompeu a atividade económica na China e poderá colocar em risco a sua recuperação.

A diretora-geral do FMI considera fundamental a cooperação internacional para a contenção do coronavírus, tanto ao nível do impacto humano, como económico.

"Precisamos de trabalhar juntos para conter o nCoV-2019, especialmente se o surto se mostrar mais persistente e generalizado", frisou.

Nesse sentido, sublinhou que o FMI "está pronto para ajudar", nomeadamente através do Fundo de Contenção e Ajuda em Catástrofes, para "fornecer subsídios para o alívio da dívida de membros mais pobres e vulneráveis".

15h35 - Japão atento a impacto do nCoV-2019

O ministro japonês das Finanças, logo após anunciar que a economia do seu país continua a recuperar de forma moderada, reconheceu que a persistência do surto implicará vigilância acrescida, devido aos efeitos sobre as cadekias de produção e de distribuição mundiais.

Haruhiko Kuroda, governador do Banco do Japão (BOJ), assegurou que a instituição está preparada para responder às eventuais contingências de uma epidemia, mas sublinhou que não há ainda necessidade de uma intervenção específica.

A reunião do G20, encontro dos ministros das Finanças e dos diretores dos bancos nacionais das maiores economias do mundo, está a decorrer na Arábia Saudita, dominada pelas consequências da epidemia do novo coronavírus.

O navio de cruzeiro Diamond Princess está ancorado no porto de Yokohama, a sul de Tóquio

14h33 - Outros quatro portugueses sem coronavírus

"A Direção-Geral da Saúde confirma que um dos passageiros portugueses do navio Diamond Princess teve resultado positivo para infeção por novo coronavírus (nCoV-2019),depois de ter realizado análises laboratoriais", lê-se numa nota emitida ao início da tarde pelo organismo.

"O cidadão permanece assintomático e em isolamento para prevenção do contágio a outras pessoas. As pessoas com testes positivos a bordo deste navio têm sido transferidas para um hospital de referência no Japão, de acordo com prioridade do seu estado clínico e cumprindo o protocolo estabelecido neste país", acrescenta o texto.

A DGS cita, por fim a informação das autoridades japonesas para indicar que "os outros quatro tripulantes de nacionalidade portuguesa apresentam testes negativos".

"A DGS continua a acompanhar a situação em articulação com o Ministério dos Negócios Estrangeiros e com as autoridades de saúde pública no local", completa.

14h04 - Morreu terceiro passageiro

Um terceiro passageiro do navio Diamond Princess morreu hoje após contrair o coronavírus, adiantou o Ministério da Saúde do Japão.

A vítima, que morreu de pneumonia, era um octogenário japonês que também sofria de outras doenças.

13h40 - "Zangado"

Ouvida em direto para o Jornal da Tarde, a partir da Nazaré, Emmanuelle Maranhão deu conta do estado de espírito do marido, Adriano, o primeiro português infetado com o Covid-19.
Emmanuelle insistiu que o marido terá de ser "levado rapidamente para um hospital".

13h35 - "Estar assintomático é positivo"

Em declarações à agência Lusa, a diretora-geral da Saúde deixa uma "palavra de tranquilidade" ao cidadão português a bordo do Diamond Princess, assinalando que o facto de "estar assintomático é positivo".

"Temos de estar tranquilos e pensar que este senhor, para bem dele, e ainda bem, este nosso concidadão, ate à data não apresenta sintomas, vamos aguardar para ver a evolução, mas estar assintomático é, por enquanto, positivo", afirmou Graça Freitas.

A responsável explicou que as autoridade de saúde japonesas "estão a retirar as pessoas do navio para hospitais de referência no Japão de acordo com os sintomas e a situação clínica".

"No caso concreto deste senhor e de outros passageiros e tripulantes que se encontram a bordo e assintomáticos, há um critério de prioridade. A indicação que há nestas situações é para isolamento e ficar em vigilância para ver se os sintomas evoluem ou não evoluem", explicou.

13h15 - 132 casos em Itália

As infeções pelo novo coronavírus em quatro regiões do norte de Itália ascendem a 132
, após análises a cerca de três mil pessoas com sintomas suspeitos, adianta o presidente da Proteção Civil italiana, Angelo Borrelli.
As autoridades italianas ordenaram, entre outras medidas, a suspensão dos festejos do Carnaval de Veneza, numa tentativa de travar a propagação do coronavírus.

12h41 - Aumentam os casos no Irão

O número de casos mortais de infeção pelo coronavírus Covid-19 no Irão subiu para oito. Já o total de casos confirmados passou de 28 para 43, de acordo com o Ministério da Saúde da República Islâmica.

Segundo um porta-voz do Ministério, entre os novos casos confirmados, sete foram registados na cidade santa de Qom, a 140 quilómetros a sul de Teerão, e outros quatro na capital.

12h31 - Coronavírus com impacto no futebol em Itália

A Série A havia já anunciado, no sábado, o adiamento de três jogos previstos para hoje: Atalanta-Sassuolo, em Bérgamo, Verona-Cagliari e o Inter de Milão-Sampdoria.

Soube-se entretanto que foi igualmente adiado para data a definir a partida entre o Torino e o Parma, por causa da multiplicação de casos de coronavírus em Itália.

Lombardia e Veneto são as regiões italianas mais atingidas pelo surto do Covid-19.

Turim localiza-se na região de Piemonte, também no norte de Itália, onde um novo caso do coronavírus foi confirmado.

11h45 - Xi Jinping assume tom grave

O Presidente chinês sai a público para descrever a progressão do coronavírus como a mais grave emergência de saúde da China desde 1949.



Xi Jinping reconhece mesmo "lacunas" na resposta ao Covid-19.

10h44 - Japão confirma infeção de tripulante português

As autoridades japonesas acabam de confirmar que o português Adriano Maranhão, canalizador no navio de cruzeiro Diamond Princess, atracado no porto de Yokohama, teve resultado positivo na análise para a despistagem do Covid-19.

A informação é avançada pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros.

"Foi confirmado pelas autoridades de saúde japonesas que a pessoa em causa deu teste positivo. A família está informada, assim como o próprio", indicam as Necessidades em nota remetida à redação da RTP.
O gabinete de Augusto Santos Silva está nesta altura a "insistir junto das autoridades locais para que se proceda à sua transferência para o hospital de referência" no Japão.


10h25 - Macau cancela voos e desaconselha viagens para a Coreia do Sul

O Governo de Macau fez um apelo aos residentes na Região Administrativa Especial para que não viajem com destino à Coreia do Sul, por causa da subida "em flecha" de casos do novo coronavírus nos últimos dias. Anunciou também o cancelamento de voos para a metade sul da Península Coreana.

"Em poucos dias o número de casos confirmados aumentou em flecha", afirmou em conferência de imprensa a coordenadora do Núcleo de Prevenção e Doenças Infecciosas e Vigilância da Doença, Leong Iek Hou.

As autoridades macaenses consideram a Coreia do Sul uma zona de alta incidência de Covid-19, pelo que as pessoas que entrem Macau e que tenham estado na Coreia do Sul nos últimos 14 dias antes da chegada serão submetidas a exames médicos.

Esta medida entra em vigor na segunda-feira. Todos os voos vão ser cancelados a partir de 1 de março.
Nível vermelho
O Governo sul-coreano elevou também este domingo para vermelho o alerta por doenças contagiosas. É o máximo da escala, devido ao aumento de contágios do coronavírus Covid-19, que já infetou ali 556 pessoas.

A ativação do protocolo foi determinada depois de o número de contágios se ter multiplicado por 17 em cinco dias, sobretudo em torno da cidade de Daegu, no sudeste do país.

"O problema do Covid-19 atingiu um ponto de inflexão", frisou o Presidente sul-coreano, Moon Jae-in, citado pela agência Yonhap, durante a reunião realizada com membros do seu gabinete para ativar o novo nível de alerta e na qual adiantou que "os próximos dias serão muito importantes".

A Coreia do Sul confirmou entretanto mais uma morte causada pelo Covid-19, elevando para quatro o número de vítimas mortais no país.
Em Macau
Por outro lado, o número de infetados com o coronavírus Covid-19 em Macau desceu na quarta-feira para quatro, após uma nova alta hospitalar anunciada pelos Serviços de Saúde locais.

Trata-se de um homem de 66 anos, que esteve 28 dias hospitalizado, oriundo da cidade chinesa de Wuhan, onde começou a epidemia.

Dos dez casos registados em Macau, este foi o sexto doente a receber alta. Permanecem internadas quatro pessoas.

9h40 - Número de casos em Itália volta a subir

O número de casos de infeção pelo Covid-19 na região italiana da Lombardia aumentou para 89, o que fez subir o total de casos no país transalpino para mais de uma centena.

Esta evolução foi confirmada pelo governador da Lombardia, Attilio Fontana.

9h00 - Itália com maior número de casos da Europa

Itália, o país da Europa com mais casos de Coronavírus, isolou uma dezena de cidades para evitar o contágio.
As medidas excecionais são tomadas após o registo de duas mortes. Há ainda perto de 80 infetados pela nova pneumonia viral.

8h40 - Autoridades aguardam confirmação oficial

O Ministério dos Negócios Estrangeiros e o Presidente da República estão a acompanhar a situação dos tripulantes portugueses a bordo do navio de cruzeiro no porto de Yokohama.


8h25 - "Penso que isto não está a acontecer"

O português infetado pelo novo Coronavírus ainda está isolado numa cabine do navio de cruzeiro em quarentena no Japão.
Adriano Maranhão espera pelas indicações das equipas médicas para saber o que fazer. O tripulante de 41 anos explicou à RTP como está a viver este momento.

7h39 - Quadro agrava-se na Coreia do Sul

As autoridades da Coreia do Sul anunciaram entretanto mais uma morte causada pelo coronavírus Covid-19, elevando para quatro o número de vítimas mortais naquele país asiático.

O total de pessoas infetadas é de 556.

Recorde-se que no sábado o diretor-geral da Organização Mundial de Saúde deixou um apelo a todos os países para que preparassem as respetivas respostas ao novo coronavírus, tendo em conta novos casos sem qualquer ligação epidemiológica clara.

7h00 - Português isolado no Diamond Princess


Em declarações exclusivas à RTP, via telemóvel, o português Adriano Maranhão, que recebeu nas últimas horas o resultado positivo para o teste de despistagem do Covid-19, explicou como está a viver este momento.
Este membro da tripulação do Diamond Princess, que ali trabalha como canalizador, acusa a empresa de cruzeiros de não se preocupar com a equipa a bordo.

Fechado numa cabina do navio, sem apoio médico, o português dizia na última noite à estação pública dispor de poucos alimentos.O Ministério português dos Negócios Estrangeiros diz estar a acompanhar a situação dos portugueses a bordo do Diamond Princess.

Adriano Maranhão é um de oito portugueses a bordo do navio atracado no Japão. Os demais tripulantes de nacionalidade portuguesa permanecem a trabalhar enquanto aguardam os resultados dos próprios testes médicos.

Foi a mulher do tripulante, Emmanuelle Maranhão, quem primeiro deu conta do resultado das análises, numa notícia que começou por ser avançada pela TVI.

O português encontra-se, por ora, assintomático, sentindo, todavia, o cansaço inerente ao trabalho que desempenha no navio.

“O meu marido indicou-me claramente que está confirmado com coronavírus. Aliás, falei com ele há cinco minutos e ele continua na cabine e está-me a dizer que ninguém vai fazer nada até de manhã. O que eu acho inaceitável é que continuem com ele lá e não vão ajudá-lo e ninguém o vai tirar. Confirmaram às duas da tarde, hora do Japão, e ele continua lá às quatro da manhã”, descreveu Emmanuelle Maranhão, ao telefone com a RTP3.
Mais tarde, em direto para o Telejornal, a mulher do tripulante reafirmou que a sua principal preocupação é ver o marido transferido para uma unidade hospitalar.

"Na minha opinião, o trabalho deveria ter sido feito de outra forma. Acredito que as autoridades japonesas fizeram o melhor que podiam, mas não chegaram a todos", disse.
A bordo do navio de cruzeiro estão mais de 600 pessoas infetadas com o coronavírus - há dez dias eram 174. Duas destas pessoas morreram.
Infeção "é plausível"
Também contactada pela RTP3 na noite de sábado, a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, afirmou que a entidade que lidera “soube ontem [sexta-feira] que, desde o dia 20, estavam a ser testadas todas as pessoas a bordo, algumas até testadas pela segunda vez”.

“Aguardamos pelas vias oficiais, que para o Ministério da Saúde é o Regulamento Sanitário Internacional, que é uma rede mundial de informação gerida pela Organização Mundial de Saúde, a confirmação deste caso. Também aguardamos a confirmação deste caso através dos canais próprios do Ministério dos Negócios Estrangeiros e dos nossos serviços consulares”, frisou Graça Freitas.
“Nós, informação confirmada pelas vias oficiais, não temos de momento. No entanto, é plausível que exista um tripulante português infetado a bordo, uma vez que neste navio mais de 600 pessoas já tiveram testes positivos, mesmo pessoas que estão assintomáticas”, prosseguiu a diretora-geral da Saúde.

“Temos que aguardar confirmação oficial, pela via da saúde e pela via do Ministério dos Negócios Estrangeiros, para termos a certeza de que os testes foram positivos, que tipo de testes é que foram feitos e para termos também a certeza do estado de saúde do nosso concidadão”, completou, apelando depois à serenidade.
Situação internacional
Na China continental, o número de vítimas mortais do novo coronavírus ascendeu este domingo a 2442, com mais 97 óbitos em 24 horas, segundo as autoridades do país.

A Comissão de Saúde da China registou 648 novos casos de infeção, para um total de 76 938.Em Portugal, a Direção-Geral da Saúde já registou um total de 12 casos suspeitos. Todavia, nenhum se confirmou.


Na província chinesa de Hubei, concretamente na cidade de Wuhan, onde em dezembro de 2019 eclodiu a epidemia, há registo de 96 novas mortes - menos dez do que no sábado - e mais 630 pessoas infetadas - 264 mais.

Mais de 80 por cento dos casos confirmados na China continental encontram-se em Hubei.

Além das 2442 mortes na China continental, morreram seis pessoas no Irão, três no Japão, duas na região administrativa especial chinesa de Hong Kong, duas na Coreia do Sul, duas em Itália, uma nas Filipinas, uma em França e uma em Taiwan.

Segundo o Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC), há mais de meia centena de casos confirmados na União Europeia e no Reino Unido.

Itália é o país europeu mais atingido. Em solo transalpino, estão confirmados 79 casos de infeção pelo coronavírus, entre os quais três de contaminação conhecida há semanas e contraída fora do país. Dois septuagenários sucumbiram à doença.

Itália tornou-se também o primeiro Estado europeu a colocar localidades sob quarentena. São agora 11 as comunidades isoladas pelas autoridades sanitárias. No norte do país, há um total de 52 mil pessoas em zonas onde "não será autorizada nem a entrada nem a saída, salvo em casos particulares", segundo anunciou o primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte.