Justiça proíbe ex-ministro da Defesa sul-coreano de viajar para o estrangeiro

por Lusa
Elizabeth Frantz - Reuters

O Ministério Público da Coreia do Sul proibiu o ex-ministro da Defesa sul-coreano Kim Yong-hyun de viajar para o estrangeiro devido ao papel na declaração da lei marcial no país.

"Os procuradores do Distrito Central de Seul impuseram uma proibição de viagem ao ex-ministro", disse a agência de notícias sul-coreana Yonhap, citando fontes judiciais.

Horas antes, o Presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk-yeol, aceitou a renúncia do ministro da Defesa, que assumiu a responsabilidade pela declaração da lei marcial, e nomeou um militar aposentado, Choi Byun-hyuk, para o cargo.

Considerado um "falcão" e próximo de Yoon, Kim Yong-hyun era uma das figuras mais proeminentes do Governo sul-coreano.

Ex-chefe da segurança presidencial de Yoon, Kim foi nomeado para o cargo em agosto e confirmado em Setembro. Enquanto ministro da Defesa, tinha o poder de recomendar ao Presidente a declaração da lei marcial.

Durante a audição parlamentar, anterior à confirmação como ministro da Defesa, o Partido Democrático (PD, oposição) sugeriu que o motivo subjacente à nomeação era preparar o Governo, cada vez mais enfraquecido e rodeado pela oposição, para declarar a lei marcial, algo que Kim negou veementemente.

Choi, o sucessor de Kim, foi apresentado pelo chefe de gabinete de Yoon, Chung Jin-suk, como um militar experiente, com amplos conhecimentos em matéria de segurança e uma vasta experiência no terreno.

O parlamento da Coreia do Sul vai votar uma moção de destituição do Presidente no sábado, avançou também a Yonhap.

Entretanto, a polícia sul-coreana anunciou a abertura de um inquérito por "rebelião" contra Yoon.

Na terça-feira à noite, Yoon comunicou ao país a imposição da lei marcial para "erradicar as forças a favor da Coreia do Norte e proteger a ordem constitucional" das atividades "anti-estatais", tendo acusado o principal bloco da oposição, o PD.

Poucas horas depois, o Presidente suspendeu a lei marcial, depois de a Assembleia Nacional ter revogado a decisão, numa altura em que milhares protestavam nas ruas de Seul.

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