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Venezuela convoca embaixador espanhol devido a comentários de ministra da Defesa

por Lusa

A Venezuela convocou o embaixador de Espanha em Caracas, Ramón Santos, para consultas, depois da ministra da Defesa espanhola, Margarita Robles, ter acusado o regime venezuelano de perseguir e limitar os direitos fundamentais da oposição.

O chefe da diplomacia venezuelana, Yván Gil, escreveu, na plataforma de mensagens Telegram, que Ramón Santos deverá comparecer durante o dia no Ministério dos Negócios Estrangeiros a pedido do Governo.

O Presidente venezuelano, Nicolás Maduro, descreveu as acusações de Margarita Robles como "declarações insolentes, intrometidas e rudes" e alertou que "apontam para uma deterioração das relações entre os dois países".

Yván Gil acrescentou que o Governo convocou, também para consultas, a embaixadora de Venezuela em Madrid, Gladys Gutiérrez.

O candidato da oposição, Edmundo González Urrutia, chegou no domingo a Madrid num avião da Força Aérea espanhola para pedir asilo político, depois de ter denunciado uma fraude nas eleições presidenciais venezuelanas.

O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, recebeu na quinta-feira González Urrutia e disse que a atribuição de asilo ao opositor é "um sinal do compromisso humanitário e da solidariedade de Espanha com os venezuelanos".

"A Espanha continua a trabalhar em prol da democracia, do diálogo e dos direitos fundamentais do povo irmão da Venezuela", afirmou Sánchez, na rede social X (antigo Twitter).

Após a chegada de González Urrutia, Margarita Robles descreveu como "inaceitável e intolerável" a repressão da oposição por parte do Governo da Venezuela, que disse ser uma ditadura.

O presidente do Parlamento venezuelano, Jorge Rodríguez, pediu na quarta-feira a aprovação urgente de uma resolução para que Caracas "rompa imediatamente todas as relações" com Madrid.

Isto depois de o Congresso espanhol, sob proposta da oposição conservadora e com o voto contra dos socialistas, ter instado o Governo de Sanchez a reconhecer González Urrutia como Presidente da Venezuela e vencedor das últimas eleições.

O Governo espanhol não considera a possibilidade de reconhecer a vitória da oposição a 28 de julho, como exigido pelo Congresso, e remeteu para a posição comum da União Europeia (UE), que continua a exigir os registos eleitorais das eleições.

O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela não divulgou os registos, alegando ter sido vítima de pirataria informática.

Ainda assim, o CNE proclamou Maduro como o vencedor da eleição, com 52% dos votos. O resultado é contestado pela oposição, que garantiu, com base em atas fornecidas pelos seus observadores, que Edmundo González Urrutia obteve mais de 60% dos votos.

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