O novo presidente da Federação Portuguesa de Râguebi (FPR), Luís Cassiano Neves, apontou hoje como objetivo do seu mandato "mudar o paradigma" da modalidade relativamente à formação e à forma como são organizadas as competições.
No entender de Luís Cassiano Neves, "com melhores ou piores condições", apesar de estar "em situação de desfavorecimento face a outras potências", Portugal "tem conseguido surpreender" no râguebi mundial.
"No balneário, tenho a certeza que os que estiverem lá dentro terão sempre o objetivo da vitória. (...) Se no passado conseguimos sucessos contra todas as probabilidades, não vejo porque agora não o possamos fazer. Questão diferente é assumirmos isso como uma prioridade estratégica", afirmou.
"Penso que sinceramente - e aquilo que é a nossa proposta estratégica para os clubes - é um tomar de atenção às bases, aos pilares. Isso significa ter muito mais cuidado e investir muito mais tempo e recursos naqueles que são os nossos processos formativos. Cá em cima, trata-se de gestão desportiva. É óbvio que os mundiais têm de ser objetivos. Agora, se são mais ou menos estratégicos, logo se verá", vincou.
Escusando-se a falar do passado, o responsável a FPR admitiu ainda que podia ter sido feito "mais e melhor" com o "aumento exponencial de participantes e visibilidade" que o râguebi nacional teve após a participação no campeonato do mundo da modalidade, em 2007.
"Sentimos que neste momento esgotou-se já um pouco aquela boa vontade, aquela capacidade de atrair receitas e pessoas para os estádios que se registou a seguir a 2007. Mas cabe-nos a nós recuperar rapidamente esses índices e melhorá-los até. O regresso aos mundiais é uma pedra-chave nessa estratégia, não sei se no de 2019, se no de 2023, mas não é o único caminho para afirmar o rugby como modalidade coletiva em Portugal", reforçou.
Luís Cassiano Neves foi eleito a 10 de novembro presidente da FPR, derrotando na corrida ao cargo Carlos Amado da Silva, que se recandidatava para terceiro mandato.
Cassiano Neves, advogado de profissão e especialista em Direito do Desporto, teve 41 votos nas eleições que hoje tiveram lugar no Centro de Medicina Desportiva de Lisboa, superando os 38 de Carlos Amado da Silva e os quatro de Francisco Martins.
O antigo jogador e treinador do CDUL encabeçou a lista C, cujo elenco para a direção saiu também vencedor do ato eleitoral, com 40 votos, contra 35 da B (de Amado da Silva) e cinco da A (de Francisco Martins).
Com Cassiano Neves entram na direção, para o quadriénio 2015-2019, António Vieira de Almeida, Gonçalo Neto, Francisco Pereira Branco e Miguel Raposo de Magalhães.
A lista C ganhou também as votações para o Conselho Geral (Carlos Varela), Conselho Fiscal (João Belard Kopke Marques Pinto), Conselho de Disciplina (Marcello D'Orey de Araújo Dias) e Conselho de Arbitragem (António Manuel Moita).