Novo presidente da Federação quer "mudar paradigma"

por Carlos J Barros - RTP
rb

O novo presidente da Federação Portuguesa de Râguebi (FPR), Luís Cassiano Neves, apontou hoje como objetivo do seu mandato "mudar o paradigma" da modalidade relativamente à formação e à forma como são organizadas as competições.

"Temos um plano muito claro de mudar o paradigma da forma como organizamos a nossas competições, a nossa formação, a organização administrativa, comercial. Pretendemos melhorar o que foi bem feito e mudar o que tiver de ser mudado", disse, em declarações aos jornalistas no final da cerimónia de tomada de posse dos novos órgãos sociais da FPR, que decorreu na sede do Comité Olímpico de Portugal.

No entender de Luís Cassiano Neves, "com melhores ou piores condições", apesar de estar "em situação de desfavorecimento face a outras potências", Portugal "tem conseguido surpreender" no râguebi mundial.

"No balneário, tenho a certeza que os que estiverem lá dentro terão sempre o objetivo da vitória. (...) Se no passado conseguimos sucessos contra todas as probabilidades, não vejo porque agora não o possamos fazer. Questão diferente é assumirmos isso como uma prioridade estratégica", afirmou.

"Penso que sinceramente - e aquilo que é a nossa proposta estratégica para os clubes - é um tomar de atenção às bases, aos pilares. Isso significa ter muito mais cuidado e investir muito mais tempo e recursos naqueles que são os nossos processos formativos. Cá em cima, trata-se de gestão desportiva. É óbvio que os mundiais têm de ser objetivos. Agora, se são mais ou menos estratégicos, logo se verá", vincou.

Escusando-se a falar do passado, o responsável a FPR admitiu ainda que podia ter sido feito "mais e melhor" com o "aumento exponencial de participantes e visibilidade" que o râguebi nacional teve após a participação no campeonato do mundo da modalidade, em 2007.

"Sentimos que neste momento esgotou-se já um pouco aquela boa vontade, aquela capacidade de atrair receitas e pessoas para os estádios que se registou a seguir a 2007. Mas cabe-nos a nós recuperar rapidamente esses índices e melhorá-los até. O regresso aos mundiais é uma pedra-chave nessa estratégia, não sei se no de 2019, se no de 2023, mas não é o único caminho para afirmar o rugby como modalidade coletiva em Portugal", reforçou.

Luís Cassiano Neves foi eleito a 10 de novembro presidente da FPR, derrotando na corrida ao cargo Carlos Amado da Silva, que se recandidatava para terceiro mandato.

Cassiano Neves, advogado de profissão e especialista em Direito do Desporto, teve 41 votos nas eleições que hoje tiveram lugar no Centro de Medicina Desportiva de Lisboa, superando os 38 de Carlos Amado da Silva e os quatro de Francisco Martins.

O antigo jogador e treinador do CDUL encabeçou a lista C, cujo elenco para a direção saiu também vencedor do ato eleitoral, com 40 votos, contra 35 da B (de Amado da Silva) e cinco da A (de Francisco Martins).

Com Cassiano Neves entram na direção, para o quadriénio 2015-2019, António Vieira de Almeida, Gonçalo Neto, Francisco Pereira Branco e Miguel Raposo de Magalhães.

A lista C ganhou também as votações para o Conselho Geral (Carlos Varela), Conselho Fiscal (João Belard Kopke Marques Pinto), Conselho de Disciplina (Marcello D'Orey de Araújo Dias) e Conselho de Arbitragem (António Manuel Moita).

pub