Pequim2022. Chineses rejeitam politização do desporto

por Lusa
Os JO de inverno não receiam o boicote de alguns países D.R.-olympics.com

O comissário do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês em Macau afirmou que "politizar o desporto e interromper os Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim não serão suportados".

Reino Unido, Estados Unidos, Canadá e Austrália, entre outros, anunciaram um boicote diplomático, sem prejudicar a participação dos atletas desses países, para denunciar alegadas violações dos direitos humanos na China.

"Os Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim têm conquistado amplo apoio da comunidade internacional. Politizar o desporto e interromper os Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim não serão suportados", sublinhou Liu Xianfa.

O responsável lembrou que a 76.ª sessão da Assembleia-geral da ONU adotou "por consenso, a resolução sobre a trégua olímpica" para Pequim2022, enquanto que o Comité Olímpico Internacional (COI) declarou, em reunião plenária, "o apelo da comunidade desportiva internacional para apoiar os Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim e opor-se à politização do desporto".

Também "mecanismos multilaterais, incluindo G20, Fórum de Cooperação China-África, Fórum China-CELAC e Organização para Cooperação de Xangai, junto com a maioria dos países, expressaram firme apoio aos Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim, refletindo plenamente a justiça e a aspiração da comunidade internacional", acrescentou, num artigo enviado à Lusa.

Liu Xianfa considerou que os Jogos Olímpicos de Inverno Pequim2022 vão realizar-se numa altura em que "as grandes mudanças do mundo, sem precedentes no último século, e a pandemia (da covid-19) ocorrem combinadas", o que levou ao "apelo do fortalecimento da solidariedade e cooperação para enfrentar desafios comuns".

Tolerância zero

Pequim2022 vai realizar-se, entre 4 e 20 de fevereiro, sob as medidas da estratégia "zero covid" da China e a ameaça da variante altamente contagiosa Ómicron.

Por ocasião do evento, participantes, atletas, voluntários, cozinheiros, motoristas e jornalistas vão ser mantidos num circuito fechado, para evitar qualquer contacto com a população local.

Esta "bolha sanitária" foi criada no início de janeiro e visa isolar os participantes do mundo exterior nas deslocações a pé, de carro ou de comboio. É ainda exigida uma quarentena de 21 dias após a chegada a Pequim para quem não estiver vacinado.

O sistema entrou em funcionamento no domingo e vai terminar no final dos Jogos Paralímpicos de Inverno (de 4 a 13 de março).

Portugal vai participar com três esquiadores: Ricardo Brancal e Vanina de Oliveira Guerillot, no esqui alpino, e José Cabeça, no esqui de fundo.

pub