Rússia e Quénia rejeitam acusações reveladas em documentário de televisão alemã

por Lusa
Vitaly Mutko relaciona esta situação com a luta pelo poder no seio da Federação Internacional de Atletismo Foto: Maxim Shemetov/Reuters

A Rússia e o Quénia rejeitaram este domingo as denúncias de uso generalizado de substâncias dopantes por atletas dos dois países, que já levou a Agência Mundial Antidpagem (AMA) a anunciar a abertura de uma investigação, manifestando-se “muito preocupada”.

O ministro russo dos Desportos, Vitaly Mutko, relacionou as acusações de doping, difundidas num documentário da estação pública alemã ARD, com a luta pelo poder no seio da Federação Internacional de Atletismo (IAAF).

“As eleições vão realizar-se em agosto e a luta pelo poder está no auge. Não podemos ceder ao pânico, mas continuar a trabalhar com normalidade. Atualmente, ninguém dirige verdadeiramente a IAAF. Parece um imenso bazar”, disse Mutko.

A Federação Queniana de Atletismo qualificou o documentário emitido pela ARD de “calunioso”, por lançar “acusações graves não apenas sobre a utilização de doping, mas também a integridade de antigos e atuais dirigentes, sem lhes dar a oportunidade de se defenderem”.

No documentário, que lança novos ataques contra a Rússia, já denunciada numa reportagem anterior, e aponta para irregularidades no Quénia, já levou o presidente da AMA, Craig Reedie, a reagir, manifestando preocupação por “mais uma vez vai lançar dúvidas sobre a integridade de atletas a nível mundial”.

Reedie disse aos jornalistas, em Kuala Lumpur, que uma investigação independente existente sobre o doping na Rússia seria estendida para averiguar as novas alegações reveladas no documentário da ARD “Doping - Top Secret: O mundo sombrio do Atletismo”.

No final de dezembro de 2014, a AMA levou de Moscovo cerca de 3.000 amostras de atletas russos para analisar nos seus laboratórios de Colónia, na sequência da investigação sobre práticas de doping na Rússia, denunciadas pela ARD.

As duas reportagens emitidas no início desse mês pela ARD denunciaram práticas sistemáticas de doping no atletismo russo, assim como alegada corrupção.

As práticas ilegais incluiriam o tesoureiro da Federação Internacional de Atletismo (IAAF) e presidente da Federação Russa de Atletismo, Valentin Balakhnichev, que teria colaborado na ocultação de casos de doping a troca de dinheiro.
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