“Ardeu muita floresta neste Verão”, alerta Carlos Godinho
Em entrevista exclusiva à Antena 1, o director desportivo da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) garante que a selecção nacional de futebol está unida e focada em garantir os três pontos contra a Noruega. Carlos Godinho recusa falar sobre o caso Queiroz, mas refere-se a diversos assuntos quentes da actualidade da federação. O dirigente alerta ironicamente que ardeu muita floresta em Portugal neste Verão.
"Isso é completamente falso. O grupo está unido, os jogadores estão unidos, a equipa técnica está unida. Aqui dentro há uma tentativa de blindarmos toda a selecção e isso tem sido conseguido", assegura, em entrevista ao enviado especial da Antena 1 à Noruega, jornalista Nuno Matos.
"É fundamental Portugal ter uma boa prestação neste jogo, conseguir os três pontos e prosseguirmos na rota em direcção à Polónia e Ucrânia. Toda a equipa está confiante e está a trabalhar com todo o cuidado para que o resultado de amanhã seja positivo", acrescenta Carlos Godinho.
Questionado se a presença na Noruega do seleccionador suspenso pode desestabilizar o grupo, o responsável recusa alongar-se em comentários sobre o tema. "Sobre esse assunto não faço qualquer tipo de comentários, até porque respeito a intimidade das pessoas envolvidas", refere.
Carlos Godinho escreveu este sábado no seu blogue pessoal que quem tenta envolver os jogadores nas polémicas em torno da FPF e do caso Queiroz "brinca com o fogo, que aliás já consumiu parte importante da floresta". Confrontado com estas afirmações pela Antena 1, Godinho responde com ironia.
"Sim, ardeu muita floresta em Portugal neste Verão e estão a ser tomadas medidas para evitar que arda mais no futuro próximo. É só um pequeno alerta para que as pessoas tenham em atenção esse facto", sublinha.
Nos últimos dias têm circulado rumores de que Cristiano Ronaldo não está na selecção por desentendimentos com Queiroz. Godinho responde a esta situação de forma simples: "As pessoas têm que se basear em informação oficial. Tudo o que se passa à volta disso é pura especulação".
Carlos Godinho desvaloriza a tese de que falta à selecção uma voz de comando como outrora eram Figo, Rui Costa ou Fernando Couto. "Não podemos analisar o presente olhando para o passado. Há um grupo de jogadores que são a base da selecção nacional, que aqui estão. Alguns não podem estar por razões conhecidas. Esta selecção tem os seus líderes. Um deles é do capitão de equipa e é nessa pessoa que nós confiamos", frisa.
Em relação aos motivos que explicam que a FPF não se tenha feito representar no funeral do antigo jogador e seleccionador José Torres no passado sábado, Godinho não avança com explicações.
"O que me competia enquanto responsável administrativo da selecção nacional foi que prestasse homenagem a José Torres. Cumprimos o que nos era obrigado, que era fazer um minuto de silêncio e jogar com uma braçadeira negra", diz.
Incitado a deixar uma mensagem aos portugueses que deixaram de acreditar na selecção nacional, Carlos Godinho faz um pedido. "Voltem a acreditar. Os jogadores amanhã vão ter uma prestação digna. Vamos tentar dignificar a selecção nacional e o futebol português", promete.