O governo japonês quer mobilizar 10 mil médicos e enfermeiros para os Jogos Olímpicos, no verão, em Tóquio, apesar de o sistema de saúde nipónico estar já saturado devido à covid-19.
Relativamente poupado, até aqui, pela pandemia, o Japão registou cerca de cinco mil mortos devido à covid-19, mas os médicos já advertiram que o sistema de saúde corre o risco de se "afundar" se os Jogos Olímpicos agravarem o número de infeções.
Desde o início do mês que Tóquio e 10 outras regiões estão em estado de emergência para responder a um forte recrudescimento dos contágios no país.
Perante estes receios, a oposição no parlamento criticou os planos inalterados do governo de Yoshihide Suga.
A organização continua a debater a questão das infraestruturas médicas necessárias e a forma de "tratar as infeções de covid-19" durante o evento, acrescentou Hashimoto.
Reticências permanecem
Várias sondagens recentes mostraram uma queda no apoio à realização de Tóquio2020 na opinião pública japonesa.
Na semana passada, o presidente da Associação Médica do Japão, Toshio Nakagawa, advertiu que, nas atuais circunstâncias, seria impossível admitir em hospitais espetadores estrangeiros infetados.
Cerca de 11 mil atletas de todo o mundo devem participar nos Jogos Olímpicos, mas responsáveis olímpicos consideraram recentemente a possibilidade de realizar o evento sem espetadores.
Os comités olímpicos norte-americano, canadiano e australiano declararam já que iam continuar a preparar os atletas para Tóquio2020.
O Comité Olímpico Internacional aconselha oficialmente a vacinação anticovid-19, mas não a pode impor.