O FC Porto perdeu a invencibilidade em 2025/26 ao ser derrotado fora pelos ingleses do Nottingham Forest (2-0), na terceira jornada da fase de liga da Liga Europa, punido pelo conservadorismo e rigidez tática.
Liga Europa. Nottingham Forest - FC Porto
No Estádio City Ground, dois penáltis anotados por Morgan Gibbs-White, ao minuto 19, e pelo brasileiro Igor Jesus, aos 77, quebraram uma série de 10 vitórias e um empate nas diversas provas dos ‘dragões’, que não tinham perdido desde a chegada do treinador italiano Francesco Farioli e acentuaram um registo de 24 visitas a Inglaterra sem triunfos.
Além de findar a invencibilidade do FC Porto, vitorioso nas rondas anteriores perante os austríacos do Salzburgo (1-0) e os sérvios dos Estrela Vermelha (2-1), o jogo devolveu o Forest aos êxitos mais de dois meses depois, na estreia de Sean Dyche, terceiro técnico da temporada, após o português Nuno Espírito Santo e o australiano Ange Postecoglou.
Antepenúltimos classificados da Premier League, os ‘tricky trees’ quebraram uma série de 10 partidas sem ganhar e quatro derrotas com uma exibição confortável perante os líderes isolados da I Liga portuguesa, voltando a triunfar para as competições europeias ao fim de 30 anos.
Vencedor da Taça UEFA em 2002/03 e da Liga Europa em 2010/11, o FC Porto desceu ao 15.º posto, com seis pontos, dois acima do Nottingham Forest, 17.º, e descolou dos dinamarqueses do Midtjylland, do Sporting de Braga e dos franceses do Lyon, de Paulo Fonseca, que comandam com nove, depois da terceira de oito jornadas da competição.
Segue-se a visita aos neerlandeses do Utrecht, em 06 de novembro, numa fase principal em que os oito primeiros colocados têm entrada direta nos oitavos de final, tal como os vencedores dos play-offs disputados entre as equipas situadas do nono ao 24.º lugares.
Diogo Costa e Samu voltaram às escolhas iniciais de Farioli face à goleada fora frente ao Celoricense (4-0), na terceira eliminatória da Taça de Portugal, enquanto Pablo Rosario rendeu Gabri Veiga no meio-campo para tentar contrapor a disponibilidade física inglesa.
Callum Hudson-Odoi agitou um início nivelado e sem desequilíbrios por duas vezes, ao rematar à entrada da área para defesa de Diogo Costa (16 minutos) e contra Alan Varela (17), instantes antes de Morgan Gibbs-White adiantar o Nottingham Forest no marcador.
Numa disputa aérea com Igor Jesus, Jan Bednarek viu a bola resvalar-lhe no braço e não evitou a grande penalidade, concretizada pelo capitão dos ‘tricky trees’ (19 minutos), que deixava o FC Porto em desvantagem pela primeira vez ao 12.º encontro esta temporada.
A reação ‘azul e branca’ valeu algumas aproximações à área adversária, mas raramente com velocidade ou inspiração para encadear jogadas e gerar perigo, exceção feita num pontapé de longe de Alan Varela (38 minutos), controlado pelo guarda-redes Matz Sels.
Farioli não modificou as características da equipa ao intervalo e o FC Porto continuou a jogar de forma previsível, apesar de ter remetido o Nottingham Forest a zonas recuadas, vendo um tento invalidado a Bednarek por posição ilegal de Samu no decorrer do lance.
Martim Fernandes, Gabri Veiga e William Gomes foram lançados já a caminho da última meia hora, mas os ingleses mantiveram a compostura e ameaçaram mais um golo nas transições, com Bednarek a fazer um corte providencial sobre Hudson-Odoi (minuto 68).
Nove minutos depois, Igor Jesus ampliou de grande penalidade, a punir falta de Martim Fernandes sobre Nicolò Savona, sancionada com o recurso ao videoárbitro (VAR), e os ‘dragões’ ficaram resignados, sinal de uma noite com rara energia coletiva e virtuosismo.