Miguel Oliveira “contente por poder continuar o projeto com a KTM”

por Lusa
Miguel Oliveira diz acreditar que, em pouco tempo, poderá "demonstrar" todo o seu "potencial com a mota". Reuters

Miguel Oliveira mostrou-se hoje "contente por poder continuar o projeto" com a equipa Tech3 de MotoGP, depois de a KTM ter anunciado ao final da manhã a renovação por mais um ano com o piloto português.

"Já era claro que queríamos continuar com a Tech3. A KTM também mostrou interesse em prolongar o contrato. Estou muito contente por poder continuar o projeto e na família da Tech3. Temos um longo caminho pela frente, mas estou cheio de motivação para encarar as próximas corridas", disse o piloto português à agência Lusa.

O anúncio foi feito numa corrida que parece servir de talismã ao piloto de Almada. "Em 2018, anunciei aqui que iria para a categoria de MotoGP e, em 2017, foi aqui que estendi a opção para 2018 [com a KTM]. É sempre um ponto de viragem. Estou muito contente por estender esta parceria por mais um ano. Ajuda a poder concentrar-me nas corridas, mas nunca senti, verdadeiramente, que o meu futuro estivesse em dúvida, especialmente depois dos resultados das primeiras corridas", admitiu o piloto de 24 anos.

Miguel Oliveira diz acreditar que, em pouco tempo, poderá "demonstrar" todo o seu "potencial com a mota", mas revela que precisa "de tempo para ultrapassar as dificuldades, pois, tecnicamente parece" que a KTM está "em desvantagem" face às outras marcas.

"Algumas pistas são mais difíceis do que outras, mas sabíamos que isto iria acontecer. Se calhar, deixámos ofuscar-nos um pouco com o bom início de temporada. Não digo que esta é a nossa realidade, mas mostra-nos que estamos com algumas dificuldades e vai levar tempo a perceber qual a direção que temos de seguir", sublinhou o piloto português.

No entanto, revela que "a KTM tem estado a trabalhar todos os dias" para dar "mais material" aos pilotos. "Estão a apostar as fichas todas neste projeto e isso é bom", concluiu.

A marca austríaca anunciou hoje que exerceu o direito de opção sobre o piloto português por mais um ano. Assim, Miguel Oliveira continuará a competir em MotoGP pelo menos até 2020, integrado na equipa Tech3.

Miguel Oliveira surpreendido com dificuldades na qualificação do GP de Espanha 

Miguel Oliveira (KTM) mostrou-se hoje surpreendido com as dificuldades sentidas na sessão de qualificação para o Grande Prémio de Espanha de MotoGP, em Jerez de la Frontera.

O piloto português tinha começado o dia com o tempo de 1.38,669 minutos na terceira sessão de treinos livres, mas, na qualificação, não conseguiu igualar essa marca e ficou-se pela 22.ª posição da grelha.

"Foi uma qualificação difícil. Não conseguimos igualar o tempo que tínhamos feito na FP3. É um pouco desapontante porque, depois dessa sessão, pensava que podia ser ainda mais rápido. Tentámos melhorar algumas coisas com a mota, mas parece que não está a funcionar. É uma pista difícil e, honestamente, não esperava tantas dificuldades", declarou Miguel Oliveira, no final da sessão de qualificação.

O português da Tech3 lembrou que "as outras KTM também estão a sofrer", pois o espanhol Pol Espargaró e o francês Johann Zarco, pilotos da equipa oficial, foram apenas 17.º e 18.º, respetivamente.

"Sendo um estreante sofro ainda mais", sublinhou o português.

Para a corrida, Miguel Oliveira espera "um bom arranque" pois "ganhar algumas posições logo nas primeiras voltas será crucial para poder apanhar um grupo decente" que lhe permita fazer a corrida "a bom ritmo".

O problema parece ser com "a inserção [da mota] em curva". "A altura a que temos o travão faz com que a mota não seja muito intuitiva de conduzir. Por vezes é difícil de entender. Nota-se um pouco menos quando temos muita aderência", explicou o piloto de Almada à agência Lusa.

"Nos testes [de pré-temporada] já tínhamos revelado alguma dificuldade, mas julgámos que era fruto de ser tudo novo. Mas o que é facto é que as outras duas KTM estão a sofrer bastante. Temos de continuar com os pés no chão e continuar a trabalhar", disse Oliveira.

O facto de o circuito Angel Nieto apresentar novo asfalto em cerca de 80% do traçado também está a tornar as coisas mais complicadas. "A ‘pole’ foi quase um segundo mais rápida. As referências do ano passado não servem de muito. Amanhã irá fazer um pouco mais de calor, mas a Michelin trouxe pneus duros que funcionam muito bem, pelo que não haverá problemas por aí", concluiu.

Para tentar melhorar alguns aspetos da KTM RC16, o português vai permanecer um dia extra em Jerez de la Frontera para testar novas peças na segunda-feira. "Sei que vou testar, mas ainda não sabemos o quê", precisou.

O francês Fabio Quartararo (Yamaha) conseguiu a primeira ‘pole position’ da sua carreira em MotoGP, com o tempo de 1.36,880 minutos, que é um novo recorde do circuito andaluz, e vai partir ao lado do italiano Franco Morbidelli, seu colega de equipa, e do espanhol Marc Márquez (Honda), campeão em título. O italiano Andrea Dovizioso (Ducati), líder do Mundial, foi o quarto mais rápido.
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