O primeiro-ministro palestiniano, Mohamed Mustafa, confirmou hoje que o Ministério das Finanças israelita transferiu 435 milhões de shekels (107 milhões de euros) que fazem parte das receitas retidas e cobradas em nome da Autoridade Palestiniana.
Segundo a agência palestiniana WAFA, Mustafa explicou numa reunião com o seu executivo que continuam os esforços e as comunicações com o lado israelita para recuperar o resto dos fundos, que ascendem a cerca de seis mil milhões de shekels (1,47 mil milhões de euros),
O ministro das Finanças israelita, Bezalel Smotrich, aceitou transferir os últimos três meses de receitas retidas para a Autoridade Palestiniana e alargar por mais quatro meses a isenção aos bancos israelitas que trabalham com o lado palestiniano.
O porta-voz adjunto do Departamento de Estado dos Estados Unidos, Vedant Patel, saudou a medida, apelando para que "Israel estenda a isenção por pelo menos 12 meses e liberte o restante da receita retida".
A isenção permite aos bancos israelitas processar pagamentos em shekels por serviços e salários ligados à Autoridade Palestiniana, embora o acordo deixe de fora uma parte significativa dos fundos para os funcionários que residem na Faixa de Gaza, onde Israel e o grupo islamita Hamas travam uma guerra há quase nove meses.
Da mesma forma, esta transferência de fundos estaria ligada à aprovação do gabinete liderado pelo primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, para legalizar novos postos avançados na Cisjordânia ocupada e a sanções contra altos funcionários palestinianos por apoiarem processos de justiça internacional contra Israel.
As autoridades israelitas recolhem estes fundos em nome da Autoridade Palestiniana e transferem-nos mensalmente, após dedução dos custos de serviços como a eletricidade e a água.
Nos últimos anos, as entregas foram congeladas em diversas ocasiões devido a tensões no quadro do conflito israelo-palestiniano.