Autoridades alemãs pedem proibição de "bombas ilegais de fogo-de-artifício"
As celebrações de Ano Novo na Alemanha foram marcadas por violência e confrontos, com recurso a fogo-de-artifício, e pela detenção de 400 pessoas. Cinco pessoas morreram e várias ficaram feridas, incluindo polícias, o que levou as autoridades alemãs a pedir a proibição de pirotecnia para uso pessoal.
O uso de pirotecnia é comum e pouco regulamentado no país e, no Ano Novo, registaram-se vários feridos e cinco vítimas mortais devido a explosivos Kugelbomben, restritos a uso profissional. Apesar dos apelos para a proibição a nível nacional do uso privado de fogo-de-artifício, este continua a ser uma parte significativa das celebrações do Ano Novo no país, com milhares de fogos-de-artifício a serem lançados todos os anos nas ruas das cidades.
Em Berlim, ainda 30 polícias e um bombeiro ficaram feridos nos confrontos durante as celebrações de Ano Novo, o que levou a cerca de 400 detenções. Centenas de polícias do país foram mobilizados para a cidade para ajudar a prevenir mais episódios de violência.
O porta-voz de assuntos internos da União Democrata Cristã de centro-direita em Berlim, Burkard Dregger, exigiu esta quinta-feira medidas mais duras para impedir a disseminação das Kugelbomben nas cidades alemãs durante as celebrações e festividades.
“A importação de fogos-de-artifício proibidos – Kugelbomben – de países vizinhos do leste tem que ser interrompida com controlos de fronteira ainda mais rigorosos”, afirmou à emissora pública local RBB, pedindo negociações com os governos da Polónia e da República Checa para chegar a um consenso regional.
As bombas esféricas ou de bola vêm em vários tamanhos e são reservadas na Alemanha para exibições profissionais de fogos-de-artifício. Antes da véspera de Ano Novo, no entanto, estavam à venda ilegalmente nas redes sociais.
Também chefe regional do sindicato policial GdP de Berlim, Stephan Weh, exigiu uma repressão às importações de bombas de pirotecnia ilegais e uma proibição geral de uso privado de fogo-de-artifício.
“Foguetes, bombinhas e fogos-de-artifício compostos são usados para atacar pessoas e o número de Kugelbomben está a aumentar”, disse num comunicado. “Fogo-de-artifício é para ser usado por profissionais”.
A organização ambiental alemã Deutsche Umwelthilfe juntou-se aos apelos para uma proibição nacional da venda privada de artigos pirotécnicos na véspera de Ano Novo, num comunicado de quarta-feira, alertando para o facto de a passagem do ano se ter tornado, mais uma vez, “uma noite de horror para inúmeras pessoas”.
Por todo o país, foram registados vários incidentes relacionados com fogo-de-artifício, que provocaram este ano pelo menos cinco mortes e centenas de feridos.
A ministra da Administração Interna alemã, Nancy Faeser, condenou a violência e referiu que as forças policiais têm sido mobilizadas para dar uma resposta rápida de combate a este tipo de fenómenos.
A governante defendeu que aqueles que atacaram a polícia deverão ser “acusados e condenados com a maior severidade”.