De acordo com uma fonte próxima da presidência argentina, González Urrutia saiu de Espanha, onde estava exilado desde setembro para evitar a ordem de prisão decretada contra si na Venezuela.
Urrutia deverá chegar a Buenos Aires dentro de "algumas horas", referiu a mesma fonte argentina, sem dar mais detalhes.
Tendo visto González Urrutia escapar à ordem de prisão, Nicolas Maduro não desistiu de tentar capturar o seu oponente.
As autoridades venezuelanas ofereceram esta quinta-feira 100 mil dólares por qualquer informação que leve à detenção de Edmundo González Urrutia.
"Procurado. Ordem de captura. Recompensa: 100.000 dólares", lê-se num anúncio publicado nas redes sociais pela polícia, a par de uma fotografia do líder da oposição venezuelana.
O cartaz vai ser colocado em aeroportos e postos de controlo de todo o país, indicaram à agência France Press fontes das agências de segurança.
Não se sabe que apoio pode Urrutia encontrar na Argentina, por parte do presidente Xavier Milei, ou se o anúncio se tratará de uma manobra evasiva que permita ao opositor de Maduro regressar à Venezuela às escondidas ou a coberto de agitação social.
González Urrutia, assim com a líder da oposição venezuelana, Maria
Corina Machado, apelaram terça-feira os cidadãos do seu país a regressarem às
ruas em manifestações, antes da tomada de posse de Maduro, marcada para
10 de janeiro.
"Tomemos juntos o compromisso de que o meu mandato
terá início em 2025", desafiou Urrutia. O oponente de Maduro tem
prometido que estará de regresso à Venezuela a 10 de janeiro para
"assumir as suas funções".
Milhares de detidos
A oposição venezuelana contesta a declaração de vitória de Nicolás
Maduro nas recentes eleições presidenciais e mantém que Edmundo González
Urrutia, de 75 anos, venceu com 67 por cento dos votos.
As eleições presidenciais de 28 de julho decorreram num ambiente
extremamente tenso na Venezuela, com a oposição a unir-se em torno de
Edmundo González Urrutia.
O anúncio da vitória de Maduro provocou manifestações generalizadas e
confrontos com as forças policiais, que causaram 28 mortos e cerca de 200
feridos. Mais de 2.400 pessoas foram detidas, acusadas de terrorismo e
de incitamento ao ódio.
Mais de 1.400 foram libertadas condicionalmente há alguns dias, anunciaram entretanto as autoridades do país.
Além dos Estados Unidos, a União Europeia e vários países da América Latina não reconheceram a declaração de vitória de Nicolás Maduro, o qual tem sido reeleito sucessivamente desde 2013, em eleições contestadas por suspeita de fraudes generalizadas.