Renamo acusa hotéis de recusarem hospedagem de políticos da oposição

por Lusa

A Renamo, principal partido da oposição moçambicana, acusou alguns hotéis de negarem a hospedagem de comitivas daquela força política envolvidas na campanha eleitoral, supostamente em cumprimento de "ordens superiores", qualificando a situação de "intolerância política".

"Isto é um ato de intolerância política, que é inadmissível num momento como este, se nós pretendemos viver num estado de paz, de democracia, é suposto que se respeite o direito das pessoas de ir e vir", disse Marcial Macome, porta-voz da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), em declarações à comunicação social na cidade de Nampula, norte de Moçambique.

O porta-voz do principal partido de oposição em Moçambique falava nas imediações de um estabelecimento hoteleiro que terá impedido o candidato presidencial da Renamo, Ossufo Momade, a sua comitiva e até os jornalistas que o acompanhavam de se hospedarem, embora tivessem feito reservas no local.

"Estamos num momento de campanha eleitoral e todos os candidatos são livres de fazer a campanha onde que estejam e de se hospedarem nesses locais", afirmou.

Marciano Macome declarou que o proprietário da referida estância deixou o local, quando a delegação da Renamo chegou, e os funcionários recusaram-se a permitir que os hóspedes entrassem nos quartos, mesmo com as reservas feitas e pagas, alegando que o dono havia recebido "ordens superiores" para não deixar que a comitiva da principal força política da oposição entrasse no estabelecimento.

"Curiosamente, hoje, o proprietário deste estabelecimento, mal nos viu, retirou-se do local", avançou Macome.

A recusa em acolher os membros da oposição já tinha ocorrido noutros hotéis na cidade de Lichinga, capital da província de Niassa, norte do país, acrescentou.

Leonardo Eduardo, jornalista do canal privado TV Sucesso, que fazia a cobertura da comitiva da Renamo, disse ao canal público Televisão de Moçambique (TVM) que também lhe foi recusada a hospedagem no referido hotel na cidade de Nampula.

"Estamos nessa incerteza, não sabemos onde é que vamos dormir", passando-se o mesmo com "toda a comitiva que acompanha o candidato da Renamo", disse Eduardo.

Mais de 17 milhões de eleitores estão inscritos para votar nas eleições gerais de 09 de outubro, que incluem presidenciais, legislativas, de governadores provinciais e de assembleias provinciais.

Concorrem à Ponta Vermelha (residência oficial do chefe de Estado em Moçambique) Daniel Chapo, apoiado pela Frelimo, Ossufo Momade, apoiado pela Renamo, maior partido da oposição, Lutero Simango, apoiado pelo Movimento Democrático de Moçambique (MDM), terceira força parlamentar, e Venâncio Mondlane, apoiado pelos extraparlamentares Povo Otimista para o Desenvolvimento de Moçambique (Podemos) e Revolução Democrática (RD).

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