Grupo VITA apresenta terceiro relatório sobre abusos

por Lusa
O grupo liderado por Rute Agulhas apresenta um novo relatório Tiago Petinga - Lusa

O grupo criado pela Igreja Católica para acompanhar as situações de abuso sexual na instituição apresenta esta terça-feira o seu terceiro relatório de atividades.

O Grupo VITA, que já recebeu 118 denúncias e 61 pedidos de reparação financeira, vai destacar no seu relatório o universo de 62 pessoas que pediram atendimento, presencialmente ou "online", numa “caracterização sociodemográfica, do tipo de situações que reportam, onde é que aconteciam, como é que se sentiam, que impacto é que estas situações tiveram”.

Os dados foram revelados no domingo pela coordenadora do Grupo VITA, a psicóloga Rute Agulhas, em entrevista conjunta à agência Ecclesia e à Rádio Renascença, na qual apontou que a média etária das vítimas que contactaram aquele organismo desde a sua criação, em abril de 2023, se situa nos 54 anos.

Além deste relatório, o Grupo VITA apresenta hoje três estudos que desenvolveu sobre os catequistas e a prevenção do abuso sexual, o conhecimento do abuso infantil dos professores de Educação Moral e as “Vivências do celibato no contexto da Igreja Católica em Portugal”, divulgados no jornal digital 7Margens.

O Grupo VITA foi criado pela Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) na sequência do trabalho da Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais de Crianças na Igreja Católica que validou 512 testemunhos de casos ocorridos entre 1950 e 2022, apontando, por extrapolação, para um número mínimo de 4.815 vítimas.

Em abril de 2024, a CEP aprovou a criação de um fundo, “com contributo solidário de todas as dioceses”, para compensar financeiramente as vítimas de abusos sexual no seio da Igreja Católica em Portugal.
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