Trump faz diagnóstico de "país em declínio" no primeiro discurso após tentativa de assassinato
O candidato republicano dirigiu-se esta sexta-feira à convenção republicana, menos de uma semana depois de ter sido atingido a tiro durante uma ação de campanha. Donald Trump fez um relato detalhado da tentativa de assassinato no último fim de semana e deixou apelos à moderação que contrastam com as mensagens de outros tempos.
Donald Trump lembrou também o bombeiro que morreu na sequência do ataque ao tentar proteger a família e convidou os apoiantes a observar um minuto de silêncio.
"O surpreendente é que antes dos disparos, se eu não tivesse movido a cabeça naquele último instante, a bala do assassino teria atingido o alvo em cheio. E eu não estaria aqui esta noite", afirmou Donald Trump.
E num volte-face absoluto em relação à retórica de tantas outras ocasiões, o candidato republicano deixou uma mensagem de união. "A discórdia e a divisão da nossa sociedade têm de ser saradas", afirmou.
"Estou a concorrer para ser presidente de toda a América, não apenas de metade da América", acrescentou Trump.
O candidato prosseguiu com um súbito tom moderado, apelando para que as "divergências políticas" não fossem "criminalizadas ou demonizadas" e pedindo para deixar de ser tratado como um "inimigo da democracia" e o fim da "caça às bruxas" a que se tem referido nos últimos oito anos.
"Com a administração atual somos um país em declínio", afirmou o candidato republicano entronizado nesta convenção. "Esta administração não consegue resolver os problemas", resumiu Donald Trump, acusando a atual liderança democrata de "incompetência".
Para além dos conflitos em curso na Ucrânia e em Gaza, Trump assinalou que o Irão "está pertíssimo de conseguir ter uma bomba nuclear" e criticou a retirada norte-americana do Afeganistão, que considerou desastrosa. Novamente, em referência ao conflito na Europa, o ex-presidente tentou responder às preocupações internacionais em relação a Kiev.
"Durante a Administração Bush, a Rússia invadiu a Geórgia. Durante a Administração Obama, a Rússia tomou a Crimeia. Agora, com a Administrção Biden, quer a Ucrânia toda. Com Trump, a Rússia não invadiu nada", assinalou.
A imigração, uma das principais de Trump na primeira corrida à Casa Branca em 2016, voltou a ser central. “Vou acabar com a crise de imigração ilegal, fechar a nossa fronteira e acabar o muro”, assegurou.
De resto, Trump referiu diretamente o nome do atual presidente apenas por uma vez em todo o discurso e não fez qualquer referência ao momento atual do Partido Democrático, quando cresce a pressão sobre Joe Biden para desistir da corrida à Casa Branca.