João Félix pede união em torno da seleção

por RTP

Foto: José Sena Goulão-Lusa

João Félix fez esta sexta-feira a antevisão ao jogo dos quartos-de-final do Mundial2022, partida que vai colocar Portugal frente a frente a Marrocos amanhã, às 15h00, no Estádio Thumama. Ronaldo, Atlético Madrid foram os principais temas da sessão de perguntas e respostas.

Eis as respostas do avançado português às perguntas feitas pela comunicação social nacional e internacional.

Depois da derrota com a Coreia houve dúvidas quanto à capacidade da equipa, depois do jogo com a Suíça já vamos ser campeões do Mundo. Como é que gerem isto? "Quando perdemos não está tudo mal nem quando ganhamos está tudo bem. Estamos cientes do que temos vindo a fazer, do que temos de fazer daqui para a frente. Foi uma grande vitória com a Suíça mas temos de ter os pés assentes na terra para fazer uma boa exibição contra Marrocos".

João Félix sente-se mais leve nos jogos, melhor? As pessoas têm comparado o João com o Kaká... É do seu agrado?
"Acho que se nota que estou mais leve sim. Estou no meu primeiro Mundial, é a competição que todos sonham disputar. É um sonho poder representar Portugal nesta competição e daí esta alegria toda. Respondendo à comparação, talvez seja um bocadinho a mais... O Kaká ganhou tudo, foi Bola de Ouro, e eu ainda estou a começar, mas claro que é bom ouvir esses elogios".

Sobre o marroquino Hakimi: "Todos sabemos que Hakimi é um dos melhores laterais do Mundo, joga numa das melhores equipas do Mundo. Mostra há anos que é um grande jogador, vai ser um duelo interessante. Ele vai defender o seu país, eu vou defender o meu, e espero ganhar eu".

Uma vez que Ronaldo está no banco, acha que se destaca mais dentro de campo? Chegou a ver se o capitão ameaçou deixar a Seleção?
"Não vou responder a isso. Já foi falado. Quero só deixar uma mensagem a todos os portugueses e aos meios de comunicação. Portugal está numa grande competição, acho que devemos estar todos mais unidos e não tentar estragar o ambiente que temos na seleção".

Sente alguma ansiedade ou apreensão pelo que se passa em Madrid, no Atlético?
"Zero. Estou completamente focado aqui na Seleção, concentrado em fazer um grande Mundial e em ajudar esta equipa, a dar uma alegria aos portugueses e a todos os que estão envolvidos neste trajeto. O Atlético Madrid é para quando acabar o Mundial, agora estou focado aqui".

José Fonte disse que Portugal joga melhor coletivamente sem Ronaldo e que, inconscientemente, os mais jovens passam mais a bola a Cristiano quando ele está em campo. Como analisa isso? "Não sinto isso, não sinto essa obrigação de passar a bola ao Cristiano. Procuramos sempre fazer o melhor em campo, passar quando é a melhor solução, mas cada um tem a sua opinião e interpreta o jogo da maneira que vê. Eu não sinto essa necessidade como o Fonte disse, mas ele terá as suas razões e eu respeito isso. Cristiano dá-nos coisas que não temos quando não está, jogamos de maneira diferente, mas a equipa acaba sempre por estar bem. Não é por ele estar ou não estar que a equipa vai estar melhor ou pior".

Bernardo Silva ficou no campo quando toda a equipa festejou. Qual é a razão?
"Nem sei essa regra, mas como estávamos a festejar todos fora do campo, acho que ele foi para o campo para não seguirem com o jogo. Porque depois faziam golo, não tínhamos ninguém lá atrás. Acho que foi essa a razão...".

Sobre Marrocos: "Todas as seleções têm maneiras diferentes de jogar. Marrocos não é exceção, tem a sua forma de jogar. Já analisámos alguns pontos positivos e negativos deles. Vai ser um jogo difícil, são os 'quartos'. Sabemos o que temos de fazer para evitar o que eles têm de bom, e seguramente vamos estar preparados para ganhar o jogo".

É mais feliz na Seleção do que a jogar no Atlético Madrid?
"São maneiras diferentes de jogar, mentalidades diferentes. Aqui estou a jogar pelo meu país. Já jogo com alguns dos meus colegas há 10 anos. Já jogo com o Dalot desde os 9 anos. São jogadores com os quais sempre estive habituado a jogar, falamos a mesma língua, jogámos juntos noutros clubes e seleções, e só o facto de representarmos Portugal já é uma alegria extra".

Quais as diferenças de Ronaldo estar e não estar em campo?
 "A tática é a mesma, estando ele ou não estando. Desde o primeiro jogo até agora jogámos sempre com a mesma tática. Ele tem caraterísticas que outros não têm e os outros têm caraterísticas que ele não tem. A identidade está sempre lá e é sempre a mesma".

Marrocos criou dificuldades à seleção espanhola. Como vai ser a vossa abordagem ao jogo? "A nossa base há de lá estar sempre. O nosso futebol, os nossos aspetos ofensivos e defensivos hão-de lá estar, e depois é só ajustar dependendo da forma como os outros jogam e atacam. A nossa identidade vai lá estar, e é algo que temos vindo a fazer bem. Se queremos continuar a ganhar, temos de fazer o que temos vindo a fazer e, se possível, melhorar".

Viu o Mundial2018? Depois da eliminação de Portugal, olhou para algum jogador como referência? "Lembro-me do Mundial, mas não me lembro onde o vi. Sempre acompanhei a Seleção, sempre vi os jogos quase todos. Há muitos jogadores aqui que são exemplos, que já ganharam muitas coisas, dezenas de títulos. Mesmo estando aqui com eles, olhamos para eles de maneira diferente. Não particularizando nenhum, acabam todos por ser exemplos para nós".
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