Um dos sonetos mais conhecidos de Camões, registado pela primeira vez na edição das Rimas de 1616. Meditação sobre os poderes do amor, força cósmica que tudo que tudo transforma e pode levar à perdição
MAIS INFO(leitura de André Gago)
Soneto Erros meus, má fortuna, amor ardente.
Erros meus, má fortuna, amor ardente /
em minha perdição se conjuraram; /
os erros e a Fortuna sobejaram, /
que para mim bastava amor sòmente. //
Tudo passei; mas tenho tão presente /
a grande dor das cousas que passaram, /
que as magoadas iras me ensinaram /
a não querer já nunca ser contente. //
Errei todo o discurso de meus anos; /
dei causa [a] que a Fortuna castigasse /
as minhas mal fundadas esperanças. //
De amor não vi senão breves enganos. /
Oh! quem tanto pudesse que fartasse /
este meu duro génio de vinganças! //
Um dos sonetos mais conhecidos de Camões, registado pela primeira vez na edição das Rimas de 1616. Meditação sobre os poderes do amor, força cósmica que tudo transforma e pode levar à perdição